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Cenários de ficção inspiram romances na vida real

Glória Menezes e Tarcísio Meira, Eva Wilma e Carlos Zara e Edson Celulari e Cláudia Raia são alguns dos casais cujo romance na ficção deu certo no vida real

Por Agencia Estado
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Como se não bastasse dividir o mesmo camarim, sets de filmagem e palcos, alguns atores também compartilham com companheiros de trabalho a vida fora da telinha, sob um mesmo teto. O ritmo intenso de gravações, que muitas vezes obriga os atores a ficarem o dia inteiro juntos com os colegas de profissão, também aproxima muito gente e o autor da novela, que ao desenvolver a trama acaba por agir como um verdadeiro cupido para aproximá-los. Glória Menezes e Tarcísio Meira encabeçam a lista dos casais formados na ficção que deram certo na vida real. Casados há mais de 40 anos, o primeiro par romântico formado pelo casal foi no teatro. "Quando a vi no palco, me apaixonei na hora. A convidei para ver um aquário novo que tinha em casa e começamos a namorar naquele mesmo dia", relembra o ator, pai do também ator Tarcísio Filho. A estréia do casal na TV foi na novela 25499 Ocupado, exibida no final dos anos 50 pela TV Tupi. Na trama, Tarcísio era um empresário que, por engano, ligou para um presídio e se apaixonou ao ouvir a voz da atendente, uma presidiária interpretada por Glória. Recentemente, a novela inspirou a adaptação Louca Paixão, exibida pela Record em 2000, trazendo Maurício Mattar e Karina Barun nos papéis de protagonistas. Em Pátria Minha, de 1994, o autor Gilberto Braga fez questão de vê-los unidos novamente em uma mesma trama. Tarcísio e Glória também atuaram em Irmãos Coragem, em 1970, e em Guerra dos Sexos, em 1983. Nos anos 70, fizeram no teatro a peça Tudo Bem No Ano Que Vem - na qual interpretavam dois amantes que se encontravam uma vez por ano apenas, sempre na mesma data - readaptada em 1996 para E Continua Tudo Bem. Em 1998, em Torre de Babel, marido e mulher voltaram à ficção atuando nos mesmos papéis, só para variar um pouquinho. Alô, Doçura! - Durante dez longos anos - entre 1952 e 1963 - os atores John Herbert e Eva Wilma estiveram à frente do seriado Alô, Doçura!. A proximidade também foi responsável por levar o romance da ficção à realidade e, três anos após a estréia do programa, os protagonistas trocaram alianças. O casamento não deu certo e Eva acabou se apaixonando por outro colega de profissão, o ator Carlos Zara, com quem está casada até hoje. O namoro começou na época em que Eva interpretava as gêmeas Ruth e Raquel, de Mulheres de Areia, e Zara vivia seu par romântico. Em 2000, o casal voltou a interpretar marido e mulher na telinha, no seriado Mulher. Os atores Edson Celulari e Cláudia Raia formam outro casal que deve às novelas sua aproximação. A amizade começou em Cambalacho, no final da década de 80, quando Cláudia ainda era casada com Alexandre Frota. O namoro só teve início em Deus nos Acuda, sob a benção do autor Silvio de Abreu, que sempre que pode, dá uma forcinha para o casal. "Tinha uma cena em que os dois personagens, a Maria Escandalosa (Cláudia) e o Ricardo Bismark (Edson), se beijavam loucamente, ao som de La Barca, do Luís Miguel. Acho que tudo começou ali e aquela música passou a ser a ´nossa música´", conta a atriz, mãe do pequeno Enzo, de 5 anos. "Temos cuidado para não deixar a carreira pessoal ser atropelada. Gostamos de fazer par na TV, mas não no teatro", diz Edson. Cláudia admite que a imagem do casal é muito forte e que sabem tirar vantagem disto. "Quando as pessoas nos convidam para um trabalho juntos, cada um cobra seu salário. Sabemos que variam muito os momentos de evidência de um e de outro." Harmonia em casa - Casados há quase 45 anos, Nicete Bruno e Paulo Goulart também são celebrados como um dos casais mais tradicionais da televisão brasileira. Pais das atrizes Bárbara Bruno e Beth Goulart, o casal também é um dos mais requisitados na publicidade quando o assunto é família. "Estamos juntos porque nos gostamos e o trabalho nunca interferiu na harmonia da nossa casa", garante Nicete, intérprete da Dona Benta, do seriado Sítio do Picapau Amarelo. "Nós sempre torcemos um pelo outro. Quando a estrela brilhava mais para ele, eu me sentia vitoriosa também", garante a atriz, que diferente de Glória Menezes e Tarcísio Meira, nunca chegou a fazer par romântico com o marido numa novela. Vontade nunca faltou para o casal, mas a Globo é que nunca permitiu que isso ocorresse. "Eu até entendo. Perde um pouco a magia, porque obriga o casal a ficar junto no final", justifica. O mercado publicitário sempre olha com interesse casais felizes, como é o caso de Alexandre Borges e Júlia Lemmertz, juntos há 11 anos. Eles se conheceram durante as gravações do longa Mil e Uma, de Suzana Moraes, mas o namoro só começou dois anos mais tarde, durante os ensaios da peça Hamlet. Antes mesmo da peça estrear, os dois já dividiam o mesmo teto. Para ambos, ficar ao lado da pessoa amada o tempo todo é uma experiência interessante. "Trabalhar junto com a pessoa com quem se está casado é um processo bastante complexo", admite Borges. "O certo é não misturar as coisas, mas às vezes, sem querer, isso acaba acontecendo. Quando estou no palco ou em frente às câmeras, por exemplo, tomo atitudes que não costumo tomar quando estou em casa, e vice-versa", completa o ator, que também divide com a esposa os méritos do filme Um Cópo de Cólera, rodado no ano passado, e a série anual Amor que Fica, exibida há três anos pelo canal por assinatura Multishow (NET/SKY). Avessa aos comerciais e às badalações, a atriz Letícia Sabatella (a Latiffa, de "O Clone") não costuma aparecer muito na mídia ao lado do marido, o ator Ângelo Antônio, com quem tem a filha Clara. O namoro começou quando ele vivia o simpático Beija-Flor, de "O Dono do Mundo", e ela, a garota de programas Taís. Romance de Novela - Assim como as histórias felizes são muitas, também são muitas as histórias de quem prolongou um romance de novela para fora do vídeo e acabou da mesma forma que começou. Na novela Quatro por Quatro, por exemplo, o ator Marcello Novaes (o Xande, de O Clone) que interpretava o mecânico Raí, acabou se apaixonando de verdade por Letícia Spiller, intérprete da fogosa Babalu. O romance - que resultou no fim do primeiro casamento do ator e no nascimento de Pedro, hoje com cinco anos - terminou assim que o filho do casal completou um ano de idade. Alessandra Negrini (a Selma, de Desejos de Mulher) e Murilo Benício (Léo/Lucas, de O Clone) não se conheceram durante uma novela, mas sim nos bastidores da Globo, onde são contratados. Ao contrário de muitos casais que iniciam o romance numa trama, o deles foi encerrado durante uma novela. Coincidentemente, os dois - que são pais de Antônio, de 5 anos - faziam par romântico em Meu Bem Querer, em 1999. As idas e vindas dos personagens ocorreram na mesma época em que a imprensa noticiava o desgaste da relação. Outra integrante do elenco de O Clone, a atriz Vera Fischer, também tem uma história semelhante para contar. Ela, que foi casada durante 13 anos com o ator Perry Salles (o Mustafá, de O Clone), envolveu-se com o ator Felipe Camargo durante as gravações de Mandala, em 1988. Na trama, o casal interpretava Jocasta e Édipo, mãe e filho, que assim como conta a história, tiveram uma relação incestuosa em cena. Do casamento, que durou sete anos, nasceu o filho Gabriel, que hoje tem sua guarda disputada na Justiça.

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