
27 de março de 2011 | 00h00
Você foi eleito para dirigir La Red, que reúne os produtores culturais da América Latina e do Caribe. O que é essa rede?
Ela foi criada há 20 anos, em Paraty. Reunia produtores brasileiros da época e um representante de cada país latino-americano. Recentemente, conseguimos incluir também o México, que não fazia parte, e Miami - o que nos coloca com um pezinho nos EUA. Outra coisa foi ampliar a rede por aqui, criando núcleos em Curitiba, Brasília, Salvador e no Recife.
E como ela funciona?
Se eu vejo um trabalho interessante aqui, posso achar que ele é a cara do festival de algum outro país, por exemplo, e indicar. A principal função é facilitar a circulação de produções. Indicando espetáculos, ajudando a conseguir apoio do governo, a falar com os governos de outros países. Por exemplo, o espetáculo de dança do grupo Omstrab, do Fernando Lee, foi para El Salvador. Depois, num contato com a rede Performing America, conseguiu ir também para os Estados Unidos. E, mais adiante, se apresentou no festival de dança de Tóquio. Esse é o tipo de coisa que só funciona porque as redes são vivas.
Mas ainda fazemos isso menos do que deveríamos no Brasil... exportar cultura.
A gente faz menos do que deveria. Por exemplo, acho que é a primeira vez que estamos juntando efetivamente as duas redes aqui no Brasil. Neste fim de semana a rede latino-americana e a rede dos Estados Unidos se encontram em São Paulo. Além dos produtores da América Latina, serão 11 americanos que vão assistir a alguns espetáculos, a "show cases" com várias atrações e depois acompanham comigo o Festival de Curitiba.
E quem são esses americanos que vêm para cá?
Alguns são de instituições culturais, museus. E outros são programadores independentes.
Como foi montada a programação que será vista em São Paulo?
O encontro tem o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, que entendeu a importância de reunir essas duas redes. Em países como o Chile, por exemplo, o governo participa efetivamente desse tipo de coisa. Porque é um encontro de negócios e esse mercado cultural é um mercado enorme, com várias oportunidades. Ainda mais numa cidade como São Paulo.
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