12 de outubro de 2012 | 03h12
Há 40 anos o Stagium se dedica a metabolizar os traços importados que marcam a história da dança cênica no Brasil. Na nova obra, fez da comilança irrestrita o seu material. Otero não somente 'antropofagiza' a si mesmo, como o teatro de revista, os balés de repertório, a arte de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Anita Malfatti, o forró, o hip-hop, a poesia de Drummond. E no lugar da bailarina Yvonne Daumierie, simplesmente Isadora Duncan.
Décio Otero partiu dos 90 anos da Semana de 22: "O Stagium é filho dela e decidimos propor uma festa visual, misturando tudo para celebrar a liberdade das escolhas estéticas".
Márika conta dessa criação: "Eu me coloquei de diretora dessa loucura. A primeira coisa que chegou foi a música do Lívio. Décio começou o processo dele de compor e limpar a coreografia e decidiu inserir mais músicas na trilha. E esse foi o jeitão que tudo foi tomando, o de uma liberdade geral."
Carlos Gardin, diretor de arte e autor dos figurinos, comenta: "Tem o Abaporu, coisas do Bakst, do cubismo, bichos de vários quadros da Semana, o índio na visão do colonizador, máscaras nordestinas, as asas da escultura de Brecheret para o túmulo de Olívia Guedes Penteado".
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