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CD comemora os 80 anos do poeta Thiago de Mello

Poeta acompanha leitura de seus versos no Sesc Carmo e participa da exposição Estatuto Ilustrado, ilustrações inspiradas em seu poema Os Estatutos do Homem

Por Agencia Estado
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A data exata foi comemorada no dia 30, mas os 80 anos do poeta Thiago de Mello ainda repercutem pelo País. Hoje, a partir das 19 horas, ele estará no Sesc Carmo para o lançamento do CD A Criação do Mundo, no programa Horizontes Literários. E, no dia 19, deverá ser homenageado com uma sessão solene da Câmara dos Deputados. A euforia busca contornar os limites impostos pela idade. No CD, constam poemas que expressam todas as fases do poeta amazonense. Os destaques são os inéditos Amor sem Fim, A Lição das Águas, A Criação do Mundo interpretado pelo jornalista Armando Nogueira e o clássico Os Estatutos do Homem, escrito em abril de 1964, quando Thiago de Mello era adido cultural da embaixada do Brasil no Chile e amigo de Pablo Neruda. A ocasião será marcada por recital, bate-papo e sessão de autógrafos. Foi justamente Os Estatutos do Homem que abriu, na quarta-feira, o projeto Leitura nas Alturas, no terraço do Edifício Martinelli - no alto de uma dos mais tradicionais construções de São Paulo, as atrizes Azê Diniz e Alessandra Brantes leram o poema. O poema inspirou ainda a exposição Estatuto Ilustrado: são 14 ilustrações feitas pelo cartunista Jal, que podem ser visitadas pelo público. É nas alturas que os versos de Thiago de Mello parecem melhor se acomodar. Amazonense de nascimento, ele sempre foi um defensor da natureza. "Para fazer algo em defesa da humanidade é preciso, em primeiro lugar, que cada um de nós tente persuadir pelo menos um companheiro, que cada um de nós faça qualquer coisa por este planeta Terra tão degradado", afirmou, durante a Feira Internacional do Livro de Havana, no ano passado. "A Terra flutua hoje no espaço como um pássaro em extinção." O interesse sempre norteou a carreira do poeta, que largou a faculdade de medicina para seguir a literatura e lançar, aos 25 anos, seu primeiro livro de poemas, Silêncio e Palavras. Lançou diversas obras até ser exilado em 1964, quando esteve na Argentina, Portugal, França, Alemanha e Chile. Nessa época de repressão militar, tornou-se famoso um verso seu, que dizia: "Faz escuro mas eu canto". Retornou ao Brasil em 1978, quando seu nome já era conhecido internacionalmente por lutar pelos direitos humanos, ecologia e paz mundial. Horizontes Literários, com Thiago de Mello. Sesc Carmo. R. do Carmo, 147, Pça. da Sé, 3105-9121. Hoje, 19 h. Grátis.

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