CCSP apresenta "Solos, Duos e Trios"

Evento tradicional nesta época do ano, uma oportunidade para grupos de dança apresentarem suas novas coreografias ou obras ainda em fase de preparação

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Por Agencia Estado
Atualização:

Como já é tradicional em São Paulo nesta época do ano, o Centro Cultural São Paulo dá início ao Solos, Duos e Trios, um evento que abre as portas para artistas apresentarem suas coreografias ainda em fase de pesquisa ou concluídas recentemente. Dessa maneira, desta quarta-feira até o dia 24 de março, quatro espetáculos ocuparão a sala Paulo Emílio Salles Gomes. Para abrir a programação, a criadora-intérprete Gícia Amorim estréia Fios de Marionete, um trabalho com 15 minutos de duração que explora a independência entre movimentos, cenário e trilha sonora. O título pode confundir, mas a autora esclarece: "Não faço referências aos bonecos, mas aos vários fios, que compreendo como uma multiplicidade de opções da mesma maneira como ocorre em meu processo de criação, na qual aproveito o acaso, que abre um leque de novas possibilidades para montar uma coreografia", diz Gícia. A bailarina utiliza as técnicas do coreógrafo norte-americano Merce Cunningham: cria seqüências de movimentos e os sorteia para montar a peça. Um método que viabiliza diversas combinações e coreografias. Outra característica marcante do espetáculo é a independência entre a música e o cenário. Gícia sofreu influência de outros artistas, como José Limón e Trisha Brown, que ela usou no desenvolvimento de uma linguagem própria. Na mesma noite, Henrique Lima, Jorge Garcia e Marisa Bucoff, que reveza com Marcelo Bucoff, apresentam Cantinho de Nóis, um trabalho inspirado nos contos populares, mais especificamente na cultura nordestina. A peça traz figuras e músicas do folclore à cena. Todos os bailarinos têm em comum a passagem pela Cisne Negro Cia. de Dança. As duas coreografias ficam em cartaz até o dia 10. De 13 a 24 chega ao palco 30 Movimento 15, criado pelas estudantes do curso de dança da Unicamp Erica Bearlz e Karime Nivoloni. A proposta das meninas é tratar o fato de amparar e ser amparado - mostrar como são os apoios físicos dentro de uma coreografia, utilizando para isso os gestos com os braços. Cláudia de Souza e Paulo Vinícios mostram em Dois a emoção, os conflitos e as dificuldades na vida de um casal. "Para lidarmos com as relações entre pares fizemos um pesquisa do comportamento humano através da história, desde a antiguidade até hoje, além de usarmos poesia e música de diferentes épocas como referência", explica a criadora. A dupla elaborou a movimentação cênica a partir das técnicas de dança moderna. "Realizamos um jogo cênico, com perguntas e respostas entre os bailarinos. Além do mais, sempre trazemos novos elementos para a coreografia, como interferências externas - um telefone que toca, por exemplo - para complementarmos as cenas." Dois presta uma homenagem à mãe de Cláudia, a coreógrafa de dança moderna Penha de Souza. Serviço - Solos, Duos e Trios. De quarta a sábado, às 21 horas; domingo, às 20 horas. De R$ 5,00 a R$ 8,00. Centro Cultural São Paulo - Sala Paulo Emílio Salles Gomes. Rua Vergueiro, 1.000, São Paulo, tel., 3277-3611. Até 24/3

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