CCSP abre nova edição do "Masculino na Dança"

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Por Agencia Estado
Atualização:

Pode-se dizer que é uma tradição: todo segundo semestre, o Centro Cultural São Paulo abre espaço para artistas e criadores, homens, apresentarem suas pesquisas e coreografias em O Masculino na Dança. A partir de amanhã e até o dia 11 de novembro o público poderá conferir peças de várias partes do País e participar de workshops sobre dança contemporânea. Até o dia 28 a Sala Paulo Emílio Salles Gomes será palco para Alexandre Nascimento apresentar Memórias de uma Imagem Viva, Gera Diaz mostrar Vestido de Gaiola e Sandro Borelli levar Subterrâneo. Nascimento segue as trilhas da dança e vídeo, orientado por Lenora Lobo, diretora da Cia. Alaya Dança de Brasília. Em Memórias, há um cruzamento entre imagens e movimentos. "Comecei essa pesquisa com Lenora, que aposta na construção do intérprete, e também com a experiência que adquiri após ter estudado no Laban Center de Londres", comenta o coreógrafo. "Lá pude conhecer trabalhos sobre vídeo e dança e resolvi direcionar a minha pesquisa nesse sentido para, então, criar esse solo." A peça está dividida em três momentos: a imagem apenas como estímulo para a coreografia, a interação entre os movimentos e as imagens e, por fim, a fusão entra a dança e o vídeo. Vestido de Gaiola também tem a memória como tema. "Inspirei-me nas histórias que minha mãe contava quando eu era criança, personagens que ficaram marcados, como o Severino, um rapaz solteiro que sofreu muito com uma decepção amorosa", conta Diaz. A vida no interior da Paraíba, a pesquisa de elementos regionais e as pichações nos muros cariocas fundem-se em um só trabalho. "Ainda estou na fase de pesquisas; busco misturar aspectos da vida urbana com traços da cultura nordestina, como o cordel", diz. Para encerrar a primeira etapa, há Subterrâneo, um trabalho sobre a insanidade. Na coreografia, Borelli explora os gestos de uma pessoa em delírio, assim como estabelece uma relação entre esse corpo e a desorganização das articulações e músculos. Do dia 31 de outubro a 11 de novembro, Cláudio Lacerda volta à questão da memória ligada aos movimentos do corpo. Em A Cidade de Meu Corpo, o foco está nas experiências colhidas pelas pessoas em situações do cotidiano. "Observei reações, posturas e gestos das pessoas andando nas ruas, a espera do ônibus, por exemplo, fiz improvisações relacionadas ao comportamento humano diante da cidade", explica Lacerda. A coreografia fala sobre a integração e identidade das pessoas com o seu meio. Para encerrar a mostra, João Andreazzi dá seqüência à sua pesquisa sobre corpos nômades. A maneira como intérpretes, com difererentes formações, desenvolvem um movimento. Para isso, foram convidados artistas do movimento hip hop, que também levam ao palco a música, o grafite e vídeos. O Masculino na Dança. De quarta a sábado, às 20h30; domingo, às 19h30. R$ 5,00 (quarta e sexta) e R$ 8,00 (sábado e domingo). Centro Cultural São Paulo - Sala Paulo Emílio Salles Gomes. Rua Vergueiro, 1.000, em São Paulo, tel. (11) 3277-3611. Até 11/11. Estréia amanhã.

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