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CCBB reformula projeto "Dança em Pauta"

Urucubaca, na Roda do Mundo abre a nova fórmula do projeto destinado a experiências e pesquisas em dança, agora com duas semanas de espetáculos

Por Agencia Estado
Atualização:

O Centro Cultural Banco do Brasil apresenta o Dança em Pauta, um evento que abre espaço para companhias apresentarem as suas experiências e pesquisas relativas ao corpo. Neste mês, a novidade é a estréia do novo formato: duas semanas de espetáculos. Rui Moreira e sua companhia Será Quê? abrem a nova fórmula com outra estréia, a coreografia Urucubaca, na Roda do Mundo, às 18 horas, além de um debate e workshop. A inspiração para criar essa coreografia veio das poesias de um membro da companhia, Ricardo Aleixo, autor do livro Na Roda do Mundo. "Aleixo é eclético, além de poeta, é músico e artista plástico; em seu livro ele trabalha no formato com ´orikis´ africanos, uma espécie de haicai. Os textos chamaram tanto a minha atenção que dois deles transformam-se em uma cena", comenta o coreógrafo e diretor da companhia, Rui Moreira. Um dos textos discute a eterna luta travada entre o bem e o mal. Como nos "orikis", o espetáculo apresenta pequenas histórias compostas em esquetes teatrais. "Esse formato permite a materialização de personagens que vivem no imaginário das pessoas, algumas vezes essas figuras são engraçadas, como papéis femininos interpretados por homens. O desenrolar dessas histórias é inusitado, muitas vezes causa estranheza", explica. A coreografia aborda os mitos, símbolos e crenças presentes no cotidiano do universo popular. O termo urucubaca foi escolhido por ter forte expressão no ideário popular. "Essa é uma palavra muito utilizada e, ao mesmo tempo, possui inúmeras interpretações, mas, talvez, a principal delas se refira ao jogo do acaso, situações que não possuem uma explicação aparentemente lógica", conta. "Os poemas de Aleixo contribuíram para dar forma à coreografia, assim como nas idéias. Trabalho com a possibilidade da roda do mundo esmagar os sentimentos negativos, as urucubacas", diz. Outro aspecto destacado por Moreira é a personagem d. Maria. "Essa figura norteia o espetáculo; é uma homenagem a todas as Marias, principalmente às mulheres que chegaram ao Brasil como escravas e receberam esse nome." Esse é o terceiro trabalho realizado pela companhia, que possui como característica a incorporação de elementos da cultura popular, com destaque para a arte e costumes afro-brasileiros e a interação entre os intérpretes e bailarinos com o público. "Urucubaca, Roda do Mundo foi criado especialmente para ser apresentado no Centro Cultural Banco do Brasil e seu embrião surgiu há um ano em um workshop realizado em Belo Horizonte", lembra. Dividindo o mesmo espaço, no palco estão os bailarinos e os músicos, que se apresentam ao vivo. A trilha sonora foi criada por Gil Amâncio e Guda e é executada ao vivo. "Nossa proposta é viajar por diversos ritmos. Procuramos misturar sons não convencionais, como músicas regionais, popular, africanas - como o bantu e o ioruba - com a música eletrônica. Costumo brincar e dizer que fazemos um ´sincretismo musical´", afirma o diretor. No sábado, os interessados terão oportunidade de conhecer mais de perto o trabalho desenvolvido pela companhia com o workshop Lero Lero de Quioco. A entrada é franca. Urucubaca, na Roda do Mundo. Cia. Será Quê? De amanhã a domingo e do dia 18 ao 21, sempre às 18 horas. De R$ 7 a R$ 15. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, em São Paulo.

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