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CCBB é suporte de obras da exposição 'Planos de Fuga'

Por AE
Atualização:

O interior do edifício do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de São Paulo parece ser outro com as obras da exposição Planos de Fuga, que será inaugurada amanhã. O visitante que chegar ao subsolo da instituição, onde fica o cofre, vai surpreender-se com a intervenção da artista Sara Ramo, Geografia do Lastro ou A Riqueza dos Outros, que transformou o local em um labirinto. O público ainda encontrará a sala do terceiro andar toda clara e com suas janelas abertas, dando vista para as ruas do centro de São Paulo, o que é inesperado, na instalação de Rivane Neuenschwander."Quisemos abraçar o prédio, potencializar a experiência do espectador", diz Jochen Volz, convidado pela instituição paulistana, junto do curador Rodrigo Moura (ambos do Instituto Inhotim), a conceber uma mostra que teria o edifício do CCBB como próprio suporte de instalações de artistas.O local é muitas vezes considerado problemático por sua área exígua e seu percurso entrecortado, mas a mostra Planos de Fuga coloca os espaços da bela edificação, projetada por Hippólito Gustavo Pujol Júnior, a serviço da criação de trabalhos inéditos e específicos para o local, por Cristiano Rennó, Gabriel Sierra, Marcius Galan, Carla Zaccagnini e Sara Ramo; para a instalações de Cildo Meireles, Rivane Neuenschwander e Renata Lucas; e para a presença de obras históricas de Claudia Andujar, Gordon Matta-Clark e Robert Kinmont, que tratam do "interesse" deles por paisagem, cidade e arquitetura. O fotógrafo Mauro Restiffe também integra o projeto com a realização de fotografias em preto e branco que documentam o processo da exposição e o entorno do CCBB e depois serão publicadas em livro.Após uma exposição de caráter histórico, que atraiu milhares de visitantes para ver as pinturas impressionistas vindas do Museu D?Orsay de Paris, o Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo agora se lança a uma mostra extremamente contemporânea. O visitante tem de percorrer o prédio da instituição para descobrir as obras de Planos de Fuga - e por meio dessa experiência, ainda, o espectador terá de lidar com a própria memória do local. O título da exposição, como afirma Jochen Volz, tem como fundo poético o livro Plan de Evasión (1945), de Adolfo Bioy Casares, que coloca o embate entre espaço físico e espaço mental (imaginação) de prisioneiros confinados em uma ilha.Um dos grandes destaques da exposição é a recriação da obra Ocasião, de Cildo Meireles, cujo projeto original é de 1974, mas a instalação foi apenas exibida, desde 2004, na Alemanha e na Inglaterra. Abrigado no quarto andar do CCBB, o trabalho coloca uma bacia cheia de dinheiro no centro de uma sala de espelhos.Também a Cortina, de Cristiano Rennó, é uma presença de impacto na mostra, colocando faixas de plástico em amarelo e vermelho (ou quase rosa) cobrindo o hall do CCBB - espaço emblemático do prédio. É uma obra sobre esconder e aparecer, que "fecha a experiência visual" do vão central do edifício para os visitantes que transitam os andares superiores do local.Importante também destacar o site specific (obra criada especialmente para um lugar) do colombiano Gabriel Sierra, que transformou a sala expositiva nobre do segundo piso do CCBB em um espaço no qual dois cenários com portas e janelas vazadas possibilitam uma experiência imaginária, virtual. PLANOS DE FUGA - CCBB. Rua Álvares Penteado, 112, centro, telefone 3113-3651. De 3ª a dom., das 9 h às 21 h. Grátis. Até 6/1. Abertura amanhã. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

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