Caverna Bugre tem 50 anos de culinária alemã

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Por Agencia Estado
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A região mudou muito nos últimos tempos, ficou mais movimentada, mais feia, mas o Caverna Bugre continua o mesmo há 50 anos, impávido em seu pequeno e bem cuidado salão que justifica o nome, pois fica num nível um pouco abaixo da rua, e mantendo a mesma receita do excelente filé alpino. O Caverna Bugre tem longa história: começou como um pequeno bar que vendia alguns salgadinhos do austríaco Alexandre Gasperviv que, sem dominar muito o português, chamava de Bugre um menino que ele protegia. Há 50 anos, mudou-se para uma espécie de porão, de um prédio de apartamentos simpático, desses com quatro ou cinco andares, que hoje são raros. Alexandre morreu, deixou a casa para sua filha, que mais tarde a transferiu para Cláudio Politchuk, que trabalhava há muito no restaurante. Hoje, os filhos de Cláudio, Miguel e Eduardo estão à frente da casa, que continua simples e dando a impressão de ser bem cuidada. O Caverna Bugre sempre fez pratos alemães, mas deve muito de sua longevidade ao filé alpino, que chegou à sua fórmula atual no começo da década de 1960. Também ajudou a proximidade do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina da USP, pois estudantes, médicos e enfermeiras fizeram do restaurante um de seus pontos. O filé alpino continua excelente. Um prato com muitos sabores, para se comer de vez em quando, pois pode ficar um pouco enjoativo. Um filé à milanesa fino, gratinado com fatias de copa e, por cima, uma generosa camada de catupiry com provolone. O molho inglês misturado e o caldo que a carne solta no fogo compõem o molho. O resultado é um filé original, delicioso, que deve ser consumido com o bom arroz branco da casa misturado ao molho. O mesmo molho escuro, saboroso e meio picante, algumas vezes um pouco diluído, acompanha uma boa parte dos filés, frangos, peixes e lombos de porco da casa. Para complementar, uns poucos pratos de inspiração alemã. Também continuam os mesmos os croquetinhos de carne com um sal de aipo (R$ 6,48). Croquetinhos à milanesa fininhos, com a carne muito bem moída, transformada num patê e fritos com cuidado, sequinhos. Ótimos para acompanhar uma cerveja gelada. A cozinha do Caverna Bugre parece gostar de copa, que aparece picadinha e dá um sabor muito bom à cebola muito bem refogada, bem molinha do filé acebolado (R$ 27,80). Diferente ainda o kassler frito com chucrute (R$ 32,80). A costeleta de porco sequinha, gostosa, com lingüiça branca e salsicha e um chucrute bem refogado dos mais leves. Quem gosta do sabor forte e fermentado do chucrute tradicional deve estranhar. Gostoso o estrogonofe, bem puxado no catchup e com a carne molinha, convenientemente frita. Para completar, uma gostosa torta de maçã (apfelstrüdel), com masssa folhada sequinha e muita canela (R$ 7,80). Os preços do caverna Bugre podem parecer altos, mas é bom lembrar que quase todos os pratos dão tranqüilamente para duas pessoas. Eisbein (R$ 32); filé à parmegiana (R$ 29,40); lombo de porco à parmegiana (R$ 29,40); frango alpino (R$ 27,40); frango à milanesa (R$ 19,40) salmão belle meunière (R$ 36); peixe alpino (R$ 27,40) e peixe à parmegiana (R$ 27) são alguns deles. Caverna Bugre Rua Teodoro Sampaio, 334, tel.: 3085-6984.

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