Católicos fazem protestos em todas as sessões de 'Jesus Cristo Superstar' no final de semana

Manifestações reuniram de 20 a 40 religiosos em dias diferentes

PUBLICIDADE

Foto do author Ubiratan Brasil
Por Ubiratan Brasil
Atualização:

Manifestantes religiosos contrários à montagem do musical Jesus Cristo Superstar reuniram-se no fim de semana, na entrada do teatro do Complexo Ohtake Cultural antes das sessões, protestando contra o teor do espetáculo, considerado blasfemo. A primeira reunião aconteceu na noite de sexta-feira, quando atraiu cerca de 40 pessoas. No sábado, antes das sessões das 17 h e 21 h, o número foi menor – 20. Já antes do espetáculo da noite de ontem, o número voltou a crescer, para aproximadamente 30, contando com maior presença de mulheres.

Os encontros reuniram representantes do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, da Associação Devotos de Fátima, da Associação Sagrado Coração de Jesus e do Brasil pela Vida. "Sabíamos que eles se reuniriam", disse o diretor do musical, Jorge Takla. "Mas foi algo pacífico, sem prejudicar a venda de ingressos ou o acesso do público à sala de espetáculo."

PUBLICIDADE

A produção do musical estava preparada para eventuais manifestações mais contundentes – além de seguranças na porta de entrada do Complexo Ohtake Cultural, outros dois permaneceram dentro do teatro especialmente para impedir qualquer reação mais exaltada vinda da plateia durante o musical.

Em todos encontros, os religiosos gritaram palavras de ordem alternadas com orações contra o que consideram blasfemo em Jesus Cristo Superstar: considerar o Filho de Deus um ser humano normal. "Eles repetiam frases nossas publicadas em textos de imprensa com essa intenção", disse Takla. "Sou cristão, profundamente religioso, e não considero que a obra desrespeite a minha religião em momento algum. Ao contrário, estimula a minha fé, provoca em mim questionamentos que nutrem a minha alma."

As reações continuaram no momento em que o espetáculo era encenado, inclusive com o uso de uma gaita de fole, mas o barulho não foi percebido dentro do espetáculo. Evangélica, a atriz Negra Li, que interpreta Maria Madalena, contou ter conversado com pessoas de sua congregação sobre participar do espetáculo. "Eles ficaram tranquilos quando eu disse que frases da Bíblia são usadas nos diálogos, ou seja, nada da história de Cristo é deturpada. Com isso, tive a aprovação deles e de meus fãs."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.