Catálogo da Bienal 50 Anos será lançado hoje

Será lançado esta noite, no Pavilhão da Bienal, o catálogo da mostra Bienal 50 Anos - Uma Homenagem a Ciccillo Matarazzo, que propõe uma visão interdisciplinar da arte contemporânea brasileira por meio de 34 obras de artes visuais, arquitetura e design, além de um núcleo histórico que reconta as cinco décadas de existência do evento e homenageia a figura de seu fundador, o empresário Ciccillo Matarazzo. Além de textos analíticos dos curadores envolvidos na mostra Rede de Tensão (Daniela Bousso e Maria Alice Milliet no caso das artes visuais; Pedro Cury para arquitetura; e Marili Brandão para design), o catálogo também se propõe a ser uma intervenção artística, na medida em que retoma em sua estrutura a linguagem do hipertexto, utilizada na Internet, o que remete diretamente à grande importância das mídias virtuais e da arte eletrônica na exposição. O projeto, assinado pelo artista e webdesigner Jair de Souza, também está presente na exposição, que abandonou a clássica estrutura em que a imagem serve de ilustração ao texto, para criar um acúmulo de imagens e mensagens com o objetivo de estabelecer uma conexão imediata com o leitor. Se essa estrutura simboliza de maneira clara o caráter do núcleo contemporâneo do evento, ele também é empobrecedor, tirando do leitor a possibilidade de fazer suas próprias conexões e conclusões, optando pela velocidade em vez do silêncio, pelo poder da imagem em detrimento do texto informativo. Além da questão do suporte - essencial para o projeto de curadoria da mostra -, outras duas questões são centrais para a compreensão desse evento, que fecha as portas no próximo domingo: a crescente contaminação entre as diversas formas de produzir arte, que leva à eliminação das clássicas fronteiras entre os vários campos de produção artística e uma preocupação evidente das novas gerações em refletir sobre seu entorno, em dialogar com a cidade e os cidadãos que a habitam.