Casseta & Planeta e suas novelas recauchutadas

O casseta Reinaldo lembra de novelas que viraram piada no programa do grupo. A mais recente é Mulheres Recauchutadas, que tem um fã ilustre: o autor de Mulheres Apaixonadas

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Por Agencia Estado
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O País está torcendo para que Marcos (Dan Stulbach) pare de espancar sua mulher (Helena Ranaldi). Menos a turma do Casseta&Planeta, que tem arrancado boas risadas do público às custas dos dramas de Mulheres Apaixonadas. O autor Manoel Carlos já esteve na mira dos Cassetas em 2000, quando escreveu Laços de Família. Na ocasião, os rapazes lançaram Esculachos de Família, que acabou ficando no ar por quatro meses. O mesmo aconteceu com O Clone, rodada por Jaime Monjardim em 2001. A versão casseta chamou-se Siliclone e fez tanto sucesso quanto a história original. Só Benedito Ruy Barbosa não gostou das brincadeirinhas sugestivas feitas com Esperança, em 2002. Quando Semelhança entrou no ar o autor esbravejou pelo Projac, alegando que a trama não se parecia com Terra Nostra. Para a teledramaturgia atípica de Mulheres Recauchutadas, sobram elogios. Os arranjos desafinados do saxofonista Teony Ramos (Reinaldo) têm ajudado a manter o bom Ibope do humorístico: a média fica em 35 pontos, número considerável para uma atração que não vai ao ar antes das 22h30. Entre os intervalos das gravações, o casseta Reinaldo falou sobre o destino dos personagens. O que podemos esperar de Mulheres Recauchutadas? Aqui não tem essa de gente boazinha, de lição social. Nós estamos torcendo pelos porres da Santana. Se ela parar de beber, vai estragar o futuro da Socana, nossa personagem. Ah, e o Tom Hanks também não pode ficar bonzinho. Se ele parar de bater na mulher, o que eu vou ficar fazendo na novela? Mas você ainda interpreta a Edwirgem e o Teony, não? É verdade. Acho mais fácil a Santana parar de beber do que o Tony Ramos se livrar de todos aqueles pêlos, né? Alguém já se ofendeu com as brincadeiras de vocês? Que nada! Os atores adoram ser caricaturados. É um sinal de que a novela está fazendo sucesso. O próprio Manoel Carlos já me disse que gosta bastante da nossa versão! Aliás, a gente está na segunda trama dele. Também fizemos Esculachos de Família, lembra? Só os artistas contratados pela Globo podem entrar na brincadeira? Vocês podem brincar com gente de outra emissora? O programa é bom de audiência. Não vemos com bons olhos atacar a concorrência. Poderia virar uma guerra de empresas. Não queremos entrar nessa. Mas não há acontecimentos que mereceriam uma gracinha, como a fantástica história da morte do Sílvio Santos? Nunca falta assunto para fazer piada. A gente discute tudo, depois chega a uma conclusão do que vai para o ar. Vocês devem pensar que só tem porra-louca no grupo. Mas temos disciplina, organização. É claro que também rolam socos, pontapés, copos voando, gritaria... Como? Brincadeira. Às vezes a gente discute muito e quebra o pau. Mas tudo no maior respeito, entende? No final, acaba saindo um resultado legal. A gente tem uma química boa. Afinal, são 11 anos de programa, né?

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