Casa Europa diversifica cardápio

Restaurante ficou menos italiano e agora investe em pratos de outros países, em particular Portugal

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Casa Europa mudou de donos, ficou menos italiana e assumiu pratos de outros países, como Portugal. O novo dono aprecia essa cozinha e o seu chef de cozinha, Edmundo, trabalhou durante dez anos com d. Maria Teresa Batalha no Marquês de Marialva, que foi um dos melhores restaurantes da especialidade de São Paulo. O restaurante é mesmo bastante simpático, já tem tradição e teve uma ótima fase com a cozinha italiana, notadamente siciliana, de d. Maria Montanarini. Recentemente, ela vendeu a casa para Américo Marques da Costa, uma pessoa muito conhecida e querida, que vem a ser um dos donos do Supremo, um bar boêmio e gostoso. Ameriquinho, como é mais conhecido, quis dar um ar mais europeu e teve a sorte de contratar Edmundo Ferreira de Brito, de reconhecida competência na preparação de pratos portugueses. O cardápio está realmente eclético, com entradas e porções divididas em vários capítulos. Entre os "petiscos" se destacam, segundo Ameriquinho, os bolinhos de bacalhau (R$ 4) e os croquetes de pato (R$14). Para abrir uma refeição as entradas e saladas, entre as quais estão incluídas as ostras frescas, tradicionalmente servidas pela casa (R$ 11 a meia dúzia) e as sopas. Seguem-se os capítulos das massas, peixes e frutos do mar, carnes e aves. O lado português aprovou totalmente e justifica a visita, começando pelo "arroz malandrinho" de frutos do mar servido numa cumbuca, como as de feijoada (R$ 36). Um arroz bem mole, quase uma sopa, meio picante, perfumado pela salsinha, saboroso e com bastante frutos do mar (camarão, polvo, lula). Ainda no capítulo, o arroz de pato (R$ 28), arroz de polvo (R$ 28), arroz de lula (R$ 28), arroz de camarão (R$ 36) e arroz de bacalhau (R$30). Os dois pratos com o bacalhau agradaram bastante: Bacalhau à portuguesa gostoso, cozido, com um pouquinho de sal a mais e não tão farto, servido com ovo e vegetais (cebola, acelga, cenoura e outros, R$ 35). Melhor o bacalhau ao forno (duas peças), com bastante azeite e servido bem quente numa cumbuca de barro com batatas e brócolis (R$ 35). Bacalhau de boa origem, que se desfazia em escamas regulares quando puxado com o garfo. Os demais pratos não decepcionaram, mas acabaram assumindo papéis de coadjuvantes. Interessante, bonita a salada Cremona (alface roxa, frango desfiado e mostarda de Cremona, que é feita com frutas numa calda agridoce, R$ 15). Bom o salmão com pimenta rosada (no ponto, saboroso, molho de açafrão e pimenta rosada, que não é picante, R$ 24). O spaghetti com alcachofra era um dos pratos do dia a acabou aprovando (R$ 21). Já o filé ao molho de mostarda veio frio demais (R$ 26). Molho um pouco cremoso demais, corretamente perfumado pelo estragão. Carta de vinhos fraca, com poucas opções, bem aquém da cozinha. A Casa Europa tem ares de cantina, não tem a pretensão de ser chique, mas mesmo assim poderia apresentar melhores taças para os vinhos. Um restaurante simpático, com mesas num terraço e fachada marcada pelas vidraças com esquadrias de madeira. Salão simples, de bom gosto, com um grande bar ao fundo. Casa Europa. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 726, Jd. Paulistano, tel. 3081-6688. Diariamente, das 12h à 1h. C.C.: D., M. e V. Estac. R$ 7. Cotação: Muito bom.

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