Casa de Paschoal Carlos Magno é entregue restaurada

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Por Agencia Estado
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A casa onde morou o embaixador Paschoal Carlos Magno, na Rua Hermenegildo de Barros, em Santa Teresa, na zona sul do Rio, será entregue ao público amanhã, restaurada e pronta para ser usada como centro cultural. O imóvel, um casarão dos anos 20, abriga um teatro, o Duse, e espaço para 30 hóspedes, pertence ao governo federal desde 1984, mas só agora está em condições de uso. A idéia é usá-la como hospedaria para grupos teatrais que se apresentarem no Rio, reativar a sala de espetáculos e promover encontros de jovens e da terceira idade, sempre tendo a cultura como atrativo. "É o que o Paschoal sempre fez nos quase 40 anos em que morou aqui", conta a diretora da casa, Norma Dumar, que nasceu ali perto e freqüentou os saraus e espetáculos que Carlos Magno promovia. Ele foi diplomata de carreira (esteve em Londres durante a Segunda Guerra Mundial e foi cônsul em Milão nos anos 50), mas sempre se ligou à arte, especialmente as cênicas. "Aqui no pequeno Teatro Duse, com 60 lugares, começaram carreira profissionais importantes como Sérgio Cardoso, Cacilda Becker, Glauce Rocha, Consuelo Leandro, Agildo Ribeiro e Othon Bastos. Ariano Suassuna, estreou sua primeira peça." Quando morreu, em 1980, o diplomata havia vendido a casa e a maior parte de seus bens para bancar seu centro cultural na Aldeia de Arcozelo, uma fazenda do século 18 que fica em Miguel Pereira, na região serrana fluminense, e para manter seu teatro em funcionamento. "Em 1984, o Instituto Nacional de Artes (Inacem) comprou o imóvel, mas só agora pudemos restaurá-lo. A Aldeia de Arcozelo vai demorar mais um pouco porque é uma obra orçada em R$ 5 milhões", conta o diretor de artes cênicas da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Antônio Gilberto. A instituição é responsável pelo imóvel. "A reativação da casa vai movimentar o bairro. Há uma vida cultural intensa em Santa Tereza, que pode descer esta ladeira e chegar à Glória. Este é o caminho natural." Enquanto morou no imóvel, Paschoal Carlos Magno estendia suas atividades para as redondezas. Na praça em frente à casa, que ele chamou de Glauce Rocha, aconteciam shows de música e teatro de rua, com os artistas que se hospedavam lá. "Queremos retomar essa tradição", diz a atriz Cristina Pereira que é coordenadora de teatro da Funarte e vai cuidar da programação do Teatro Duse. "Ainda não fechamos as diretrizes, mas a idéia é trazer os moradores das redondezas para cá. Em troca da hospedagem, os artistas vão promover eventos e atividades com a vizinhança. Queremos também trazer para cá os cursos e oficinas de artes cênicas que a Funarte promove com artistas de todo o País."

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