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Casa de Julio Verne é reaberta com universo do escritor

Após um ano de reformas, os visitantes já podem conhecer a casa, agora cheia de detalhes que lembram o escritor francês autor de Viagem ao Centro da Terra

Por Agencia Estado
Atualização:

Foi reaberta hoje ao público, com uma estrutura totalmente renovada, a casa de Amiens, no norte da França, onde o escritor e visionário francês Julio Verne (1828-1905) passou 18 anos de sua vida. Após um ano em reforma - meses polêmicos porque a mansão permaneceu fechada durante os atos de comemoração do centenário da morte do escritor - a direção da casa-museu recorreu a um conhecido desenhista belga de história em quadrinhos, François Schuiten, para modelar o ´universo de Verne´ na casa. Schuiten optou por recriar ao mesmo tempo a casa burguesa do século 19 onde Verne produziu 34 obras e seu mundo fantástico. O desenhista decorou a casa lanternas mágicas, marionetes de personagens e maquetes das máquinas voadoras dos livros de Verne. O passeio pelos diferentes andares da casa vai da realidade cotidiana ao imaginário do escritor, do interior burguês de quartos pouco iluminados à desordem do sótão, passando pelo gabinete de trabalho e a cabine de comando de um barco, nos andares superiores. "Uma casa de escritor não é um museu. É preciso dar-lhe vida, como se ainda estivesse habitada", explicou outro autor da reforma, o cenógrafo Yves Marechal. Schuiten pintou um grande mural de 180 metros para representar a curva do globo terrestre sobre um fundo de raios solares e, para coroar a torre da casa, desenhou uma esfera armilar, instrumento astronômico composto de aros com um pequeno globo no centro que representa a Terra. No âmbito dos conteúdos, 95% da coleção da antiga residência de Verne, ou seja, umas 700 peças, procedem dos fundos de um colecionador apaixonado, o italiano Pierro Gondolo Della Riva. Há seis anos, a compra, por 4 milhões de euros, de cerca de 30 mil manuscritos, cartas, desenhos, gravuras, livros, fotografias, móveis e peças da baixela do autor de Viagem ao Centro da Terra que Gondolo Della Riva possuía, permitiu à Prefeitura de Amiens lançar este projeto. Os responsáveis da casa-museu, que investiram 3 milhões de euros em sua reforma, esperam receber 30 mil visitas anuais, três vezes mais que antes de seu fechamento.

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