Casa Cor projeta o futuro na decoração

Em sua 16.ª edição, o evento ocupa imóvel projetado em 1895 por Ramos de Azevedo no bairro do Pacaembu

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Por Agencia Estado
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Praticidade, beleza, tecnologia e conforto são as palavras de ordem num dos mais importantes e glamourosos eventos de decoração que começa nesta terça-feira na cidade. Com o tema O Passado Dá Lugar ao Futuro, a Casa Cor 2002 chega a sua 16.ª edição com as últimas tendências no setor em 89 ambientes projetados pelos 122 arquitetos, decoradores e paisagistas mais conceituados no País. O condomínio residencial de alto padrão e sua ampla área de convivência que formam a Casa Cor estão instalados nos 46.130 metros quadrados de terreno e 6.800 de área construída do antigo Asylu Sampaio Vianna, projetado em 1895 por Ramos de Azevedo a pedido da Irmandade da Santa Casa de Misericódia, para abrigar bebês abandonados. Localizado no Pacaembu, o conjunto de edificações, que hoje pertence à Fundação Faculdade de Medicina da USP, levou 32 anos para ser construído. Com a desapropriação do imóvel, na década de 60, a instituição foi para as mãos do Estado de São Paulo e passou a ser administrada pela Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem), servindo de abrigo para crianças de até 6 anos. Em 1998, o imóvel foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de S. Paulo (Condephaat). Segundo o diretor da Casa Cor, Roberto Dimbério, a intenção é mostrar que imóveis antigos e pouco conservados podem servir à cidade sem perder seu caráter histórico. Depois da mostra, o prédio recuperado terá uso acadêmico nas áreas médicas e de saúde. Até o dia 9 de julho, o público poderá conferir ótimas idéias em 7 apartamentos, 10 estúdios e ainda escritório para os condôminos, biblioteca, sala de leitura, salão de festas, loja de conveniência, sala de massagens, perfumaria, salão de cabeleireiro, lavanderia, playground e até um iate e um spa com piscina, o último assinado pelo paisagista Gilberto Elkis. Os banheiros e as cozinhas também merecem um olhar especial. A capela com projeto de Gil Fialho, por exemplo, é uma das novidades deste ano. A decoração mistura mobiliário contemporâneo, alguns do designer francês Phillip Starck, e peças de antiquário, como um banco do século 16. Já a passadeira que leva ao altar foi confeccionada com sobras da indústria têxtil pela ONG Aldeia do Futuro. Durante todo o período da mostra, a capela contará com uma programação musical diária. O repertório eclético terá cantos gregorianos, canções folclóricas e populares e árias de ópera, como a que será apresentada por Celine Imbert no dia 6. Os ingressos custarão R$ 1 e toda a renda arrecadada vai reverter para o Lar Escola São Francisco, assim como o valor cobrado na entrada. Também é a primeira vez que a Casa Cor ganha uma trilha sonora. O CD, do produtor musical Nelson Motta, reúne 12 músicas para relaxar. São canções de Ed Motta, Billie Holliday, Elis Regina, Marina Lima e Donato e Seu Trio, entre outras. Com preço médio de R$ 20, o CD estará à venda no evento e em lojas de decoração. Funcional- Em muitos ambientes da Casa Cor se nota que, além da grande utilização de elementos naturais como fibras e madeira, as influências temáticas e multiculturais aliam-se a funcionalidade e tecnologia. O arquiteto João Armentano, por exemplo, fez do quarto do casal sem filhos um espaço aconchegante e intimista, com sensação de amplitude, mas que também abusa da tecnologia, em portas, iluminação, persiana e som, todos automatizados e comandados por uma pequena tela. "Fiz uma viagem ao futuro, como nos desenhos dos Jetsons", brinca Armentano. Outro ponto alto do evento é o jardim de inverno de Débora Aguiar, concebido com 35 toneladas de aço e 740 metros quadrados de vidro, com queda d´água no telhado e jardim zen. "Criei um espaço agradável para reunir toda a família, com muito verde", explica. Outros destaques são a biblioteca de Helena Viscomi; o bar de Esther Giobbi; o apartamento da jovem executiva de Brunete Fraccaroli; o estúdio do estilista de Léo Shehtman; a sala de tevê do apartamento master de Dado Castello Branco; o apartamento do casal com filho moço de Ana Maria Guimarães de Vieira Santos; e a recepção do restaurante de Layde Tuono. A delícias da boa mesa também são uma atração da mostra. O restaurante assinado por Sig Bergamin oferece a saborosa comida do bufê Badebec, que também atende (com a Chá Castellari) ao salão de chá projetado por Elizabeti Rodrigues e Rodrigo Rodrigues. No snack bar dos arquitetos da Bernardes Jacobsen Guimarães, estará a cozinha do Esplanada Grill. Já o cardápio oriental do Japengo será degustado no sushi bar, de Gui Mattos. A expert Camilla Matarazzo cuidou da ambientação do café e chocolate, com serviços do Illy Café e Chocolat Du Jour. A arquiteta Patricia Anastassiadis assina o espaço Café com Pão de Queijo, que terá os quitutes da Casa do Pão de Queijo e da Castellari. Serviço - Casa Cor 2002. De terça a domingo e feriado, das 12 às 21 horas. Local: R. Angatuba, 756, tel. 3034-3707. De R$ 10,00 a R$ 20,00.

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