Algumas cartas inéditas que o falecido escritor J.D Salinger trocou com um de seus amigos íntimos, o mesmo que desenhou a primeira capa de "O Apanhador no Campo de Centeio", serão expostas nesta terça, 16, na Biblioteca do Museu Morgan de Nova York.
Os seguidores de Salinger (1919-2010), que em vida controlou com mãos de ferro sua imagem pública, terão agora a oportunidade de conhecer detalhes da vida privada do romancistas, com as duas séries de cartas que a instituição novaiorquina obteve em 1990 e se havia negado a exibir até a morte do escritor.
A Morgan expõe a partir de amanhã a primeira dessas séries, composta por dez cartas que Salinger mandou entre 1951 e 1969 para Michael Mitchell, amigo pessoal e responsável pela capa com a qual sua obra-prima foi editada pela primeira vez nos Estados Unidos: uma ilustração de um cavalo com fundo vermelho.
Até o próximo dia 11 de abril, os visitantes da instituição cultural poderão desfrutar assim desta dezena de cartas, enquanto o segundo grupo de textos, composto por seis exemplares, será apresentado de 13 de abril a 9 de maio.
"As cartas cobrem um período de 40 anos e constituem uma correspondência estranha e reveladora. Documentam com muitos matizes um período da vida de Salinger que permaneceu obscuro", dizem responsáveis pela mostra.
O casamento, a paternidade, o trabalho e a viagens são, segundo explicaram do museu, os temas que o autor aborda nos textos enviados a seu amigo e artista. Falam também de seu ostracismo voluntário e se mostra um "crítico consigo mesmo, vaidoso, carinhoso, pícaro, sarcástico e divertido".
"As cartas oferecem detalhes até agora desconhecidos sobre a rotina diária de Salinger, assim como os pensamentos do lendário escritor", acrescentaram os responsáveis da Morgan. Salinger morreu em 27 de janeiro.