Cartas expõem intimidades de J.D. Salinger

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Por Agencia Estado
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O recluso escritor J.D. Salinger, consagrado por O Apanhador no Campo de Centeio, não publica nada desde 1965, não concede entrevistas e mal se deixa fotografar. Mas um pouco de sua intimidade poderá ser conhecida a partir do conteúdo de 32 cartas escritas a sua filha ao longo de 35 anos, que vão a leilão amanhã. A Sotheby´s, que organiza a venda, descreve o lote como "o maior conjunto de cartas inéditas do escritor". Ao todo, são 43 páginas endereçadas a Margaret "Peggy" Salinger, que, estima-se, poderão render até US$ 350 mil. A primeira delas é de 1958, quando Peggy tinha apenas 2 anos. "As cartas dão conta da transformação por que passou Salinger, do adorável pai de um pequena garota a um homem distante e recluso que enfrenta dificuldades para se comunicar com sua filha", diz Marsha Malinowski, vice-presidente do departamento de livros e manuscritos da Sotheby´s. O leilão ocorre um ano depois do lançamento do best-seller Dream Catcher: A Memoir, em que Margaret Salinger descreve as excentricidades de seu pai. Entre as passagens, ela chega à indiscrição de contar que seu pai quase não mantinha relações sexuais coma mulher e que certa vez chegou a beber sua própria urina. As cartas cobrem desde assuntos cotidianos até detalhes que "captam a voz do grande autor", segundo a Sotheby´s: as contas da Universidade, seu fascínio pela macrobiótica e homeopatia, considerações sobre a morte de seu pai, e muito mais. A correspondência termina em 1992, quando o escritor aconselha sua filha a abortar. Salinger tem hoje 82 anos, e mora com sua terceira mulher em New Hampshire, Estados Unidos.

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