Carlos Miele abre Fashion Business, evento paralelo a Fashion Rio

Ao Rio, estilista trouxe modelos de pronta entrega: jaquetas, camisas, saias, e, em meio à moda casual, alguns de seus deslumbrantes vestidos-assinatura, que tanto valorizam o corpo de atrizes de Hollywood

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Por Roberta Pennafort/RIO
Atualização:

O Fashion Rio começa na segunda-feira, 10, mas desde este domingo a moda está em alta na cidade. Aclamado internacionalmente desde que fincou os pés em Nova York, num distante 2002, o estilista Carlos Miele abriu o Fashion Business, evento paralelo que se concentra na venda direta entre grifes e lojistas vindos de todo o País e também do exterior. Seu desfile de inverno, num dos dias de temperatura mais alta deste verão carioca, foi no hotel Copacabana Palace, cenários dos mais luxuosos do Rio, que na véspera havia recebido dezenas de estrelas da TV Globo em festa pela estreia da próxima novela das 21 horas, Insensato Coração.

 

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Miele desfila em fevereiro, na New York Fashion Week, sua linha de alta costura. Ao Rio, trouxe modelos de pronta entrega: jaquetas, camisas, saias, e, em meio à moda casual, alguns de seus deslumbrantes vestidos-assinatura, que tanto valorizam o corpo de atrizes de Hollywood. Em crepe, seda, jersey, e de cores vibrantes, como azul royal, rosa pink e verde-água. Ele também mostrou que está investindo bastante na moda masculina - onze dos 38 looks eram para homens. Na primeira fila, muitas atrizes globais e até Ron Wood, guitarrista dos Rolling Stones, de férias na cidade com a jovem namorada brasileira, Ana Araújo. Por sua vez, a namorada de Miele, a modelo Ana Gequelin, dava suporte nos bastidores. "Dou ideias, experimento as roupas, palpito, mas desfilar hoje, não".

 

A passarela recebeu antes os couros (calças, saias, sobretudos), matelassês (jaquetas) e aplicações manuais (vestidos, saias) da estilista Patricia Viera, que repete dobradinha com Miele da edição do Fashion Business do ano passado. Como ele, Patricia também saiu do preto e branco e usou rosa e laranja em várias combinações.

 

Ambos abusaram de peças em pele verdadeira, que fariam protestar organizações de defesa dos animais. Enquanto o público se abanava sem parar com os leques distribuídos de brinde e chupava picolés de fruta servidos em bandejas - e, lá fora, os banhistas deixavam a praia de Copacabana, ainda com o sol alto -, os modelos passavam de colete, casacões, estola e capuz de pele de raposa, além de muito cachecol de tricô e blazer de lã. Tudo muito interessante, com um porém: o atraso de quase uma hora em relação ao horário marcado.

 

Foi no ano passado que Miele escolheu o Rio para voltar às passarelas brasileiras. E preferiu o Fashion Business ao Fashion Rio e à São Paulo Fashion Week porque quer focar mais nos negócios. "Estou na cidade certa. O Rio é a cidade que melhor representa a imagem do Brasil, do colorido, da sensualidade. E eu acredito muito no caminho que o Fashion Business está tomando, é muito profissional. Vêm quase mil compradores do Brasil inteiro, isso é inédito. Mas é tudo embrionário, precisamos de algumas temporadas para ver no que vai dar", acredita. "As semanas de moda no Brasil nasceram como eventos promocionais dos shoppings. Por isso parei de desfilar no Brasil, porque precisávamos evoluir."

 

Montado na Marina da Glória, o Fashion Business vai até quinta-feira, e tem menos e menores desfiles do que o Fashion Rio, já que sua destinação é a comercialização das coleções levadas pelos 310 expositores. Voltado ao lançamento de ideias de moda para os estilistas brasileiros, o Fashion Rio, no Píer Mauá, se estende até sábado. A partir das 19 horas de hoje, desfilam dez nomes jovens, de grifes masculinas e femininas, selecionados em estados do Sudeste, Sul, Nordeste, e do Distrito Federal; entre eles quatro estreantes.

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