Carla Camurati volta à ópera

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Por Agencia Estado
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A quarta incursão de Carla Camurati pelo mundo dos espetáculos eruditos está cercada de alegria e leveza, como faz questão de ressaltar. Carla assina a direção de cena da ópera O Barbeiro de Sevilha, que estréia hoje na capital mineira, no Grande Teatro do Palácio das Artes. O espetáculo cômico em dois atos, do italiano Gioacchino Rossini, baseado em romance de Pierre-Augustin Caron Beaumarchais e com libreto de Cesare Sterbini, é uma produção da Fundação Clóvis Salgado, com direção musical de Silvio Viegas. Treze solistas foram convidados para integrar a ópera, que conta com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, de 48 componentes, e o Coral Lírico do Estado, com 18 cantores. ?O Barbeiro é uma coisa deliciosa?, entusiasma-se a diretora ao falar sobre a bem-humorada história de Fígaro, barbeiro que faz as vezes de alcoviteiro em Sevilha e cujo primeiro espetáculo foi apresentado em 1816, no Teatro Torre Argentina, em Roma. Depois de Madame Butterfly (2002), de Giacomo Puccini, e Carmen (2001), de Bizet, Carla Camurati volta a dirigir um título bastante popular. Desta vez foi convidada por sugestão do maestro Viegas, com quem trabalhou em sua primeira ópera, La Serva Padrona (1997), de Pergolesi ? espetáculo que depois seria filmado pela própria diretora. ?Era um desejo que tínhamos em comum. Quando sugeri o nome da Carla para essa direção, a Fundação Clóvis Salgado comprou a idéia?, recorda o maestro. Musicalidade viva Atual regente do Coral Lírico de Minas Gerais, Viegas considera o Barbeiro de Sevilha uma de suas óperas preferidas e chama a atenção para o ?espírito italiano? e a ?musicalidade viva? do espetáculo. ?O público vai se divertir, rir e quebrar o estigma de que ópera tem de ser dramática?, observa. ?É uma música alegre, é um espetáculo leve?. Sentimento que os diretores, músicos e atores afirmam ter contaminado os ensaios e a produção. ?O que tornou divertido, de certa maneira, é que essa ópera é o sonho de todo cantor, cantá-la um dia na vida. Ela tem os maiores hits?, concorda o barítono Homero Velho, que interpreta Fígaro, o personagem principal que tudo faz por algumas moedas e cuja missão é ajudar o Conde Almaviva a se casar com a amada Rosina. ?A ópera, tecnicamente dominada, vira uma grande brincadeira, porque todos os personagens são divertidos e a trama é de fácil compreensão?, reforça o tenor Marcos Liesenberg, que fará o papel de Almaviva. Carla Camurati não economiza nos elogios ao jovem elenco. ?É uma geração de cantores que já tem uma destreza e uma relação com a interpretação dentro do trabalho lírico bem diferente do que alguns cantores mais velhos, que tem uma série de dificuldades?. Vários planos Os cenários de O Barbeiro de Sevilha ficaram sob a responsabilidade de Renato Theobaldo, que optou por criar vários planos para contribuir com a extensa movimentação de cena do espetáculo. Os figurinos são assinados por Cica Modesto. A duração do espetáculo é de 2h30. Outras cinco apresentações (amanhã e dias 4, 7, 8 e 9 deste mês) estão programadas para a capital mineira. De acordo com Cláudia Malta, superintendente de produção artística da Fundação Clóvis Salgado, existe a possibilidade dele ser encenado, ainda neste ano, em Brasília e Ipatinga, no Vale do Aço mineiro. Ela observa, porém, que a Fundação está aberta a parcerias para levar a ópera a outras capitais brasileiras.

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