26 de agosto de 2011 | 00h00
O maridão fica tão chocado que, na volta, se atira do carro em movimento. Nem percebe que Jessica, a ninfeta que trabalha de babá para seus filhos, morre de amores por ele. Cai na vida noturna e nela conhece o dom Juan barato Jacob (Ryan Gosling), que, chocado ao saber que Cal só tivera uma mulher na vida, resolve dar-lhe aulas. Para Jacob, já se vê, a mulher, como gênero, é mero objeto. Cal é um romântico tolo, que acabou de ser abandonado e precisa ser redimido.
Nada muito original, já se vê. Nem mesmo quando uma surpresa acontece na segunda parte da história e traz uma reviravolta. Nem tão radical assim, já que a comédia romântica atual vive da tentativa de se renovar, mas não ousa ir além de um moralismo pífio, adornado por supostas transgressões. A regra, mais ou menos explícita, diz que desvios da moral média serão tolerados, desde que, no fim da história, tudo volte ao normal. É uma espécie de código autoimposto, como se os filmes fossem destinados a plateias conservadoras, porém apreciadoras de um verniz moderninho.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.