Cantora Andreia Dias percorre o País atrás de parcerias

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Por AE
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"Não confunda o mapa com o território", aconselham os mestres, em pérola pertinente a artistas de qualquer métier. Certo, por linhas tortas, e com uma boa dosa de literalidade, foi o que a cantora paulistana Andreia Dias aprendeu ao viajar o Norte e o Nordeste do País, atrás de intercâmbios musicais que resultaram em seu novo disco, "Pelos Trópicos". "A música pop brasileira é uma criança sedenta. As influências vêm de todos os cantos, e todo mundo faz o que quer sem sair de sua cidade. Não tem mais esse papo de morar em São Paulo para ter sucesso", explica a cantora, em entrevista à reportagem.Retrato de uma experiência territorial, longe de ser mapa, "Pelos Trópicos" foi gravado durante um mochilão de um ano e meio feito pela cantora por cidades como Belém, João Pessoa, Maceió. São Luís, Recife e Fortaleza. O disco mostra um franco escambo de ideias musicais, ora improvisadas, gravadas na hora e retocadas depois; ora finalizadas no calor do momento, com um olho na qualidade e o outro na conta do estúdio. "Fui para São Luís e gravei uma coisa psicodélica, meio bizarra. Voltei depois, eles me deram um refrão, fui para o hotel, fiz a música em duas horas. Tava pronta", conta, da faixa "Brisa Tropicana", feita em parceria com o duo maranhense, Criolina.Entre os parceiros estão expoentes da nova MPB vinda de cantos distantes da cena paulistana. Nomes conhecidos como Felipe Cordeiro, Cabruêra e Baiana System produzem, participam e colaboram, assim como The Baggios, Zé Cafofinho e Vitoriano, artistas menos evidentes, mas alvos de uma fiel leva de seguidores em suas respectivas cidades. Os músicos acompanham Andreia em faixas que vão do xote ao blues à guitarrada, um mix de influências que inconscientemente traça um lúdico panorama das sonoridades em pauta na MPB atual, sem ofuscar a individualidade autoral da cantora, ex-vocalista da banda Dona Zica, conhecida por seus trabalhos solos.O projeto tomou forma aos poucos, e sua gênese aconteceu numa casa, em Santa Teresa, no Rio, onde Andreia morava com Thalma de Freitas, Cibelle e Iara Rennó. Andreia foi visitar parentes em Belém, entrou em contato com Casarão Cultural, conheceu o guitarrista Léo Chermont, com quem fez "Beijin na Nuca", segunda faixa do disco, gravada por Felipe Cordeiro. Montou banda e resolveu fazer turnê. Foi para Natal, conheceu o duo de rock The Baggios e logo viu que as parcerias poderiam virar um disco. "Fiquei muito enriquecida com o carinho, com a atenção, com a vontade de trocar. O Baggios, por exemplo, é novinho, mas o show deles é lotado em Natal." A colaboração resultou na faixa "Terra do Nunca", gravada num estúdio, no fundo de um quintal potiguar, enquanto assava-se carne do lado de fora. "É a faixa mais Balão Mágico, mas tem tudo a ver com o que a gente tava vivendo ali, com a vibe de parceria", revela. "Pelos Trópicos" está disponível para streaming e download gratuito no endereço http://scubidu.bandcamp.com/album/andreia-dias-pelos-tr-picos. A cantora faz show de lançamento no dia 15 de março, em Santos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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