
12 de julho de 2013 | 12h41
Há pouco mais de dois anos, o compositor e baixista Gabriel Roth, produtor da Daptone Records, uma gravadora do Brooklyn, NY, o viu cantando com uma banda sob o codinome de Black Velvet. Roth não teve dúvidas: estava ali, bem na sua frente, uma das maiores vozes do soul, do mesmo quilate de um Otis Redding, Wilson Pickett, Al Green e James Brown (que ele imitava).
Seu primeiro disco, No Time for Dreaming (2011), saiu em seguida e foi um assombro. O segundo, Victim of Love, acaba de desembarcar no Brasil pela gravadora Deck Discs. Nada pode ser mais cortante que o soul psicodélico de Bradley.
"A única coisa que me restou das ruas foi o amor. A maior lição que trouxe de lá foi ser eu mesmo, sempre achar um jeito melhor de não deixar de amar", disse Bradley ao Estado, na sexta passada, falando por telefone de Londres, onde cumpria parte da turnê europeia. Sua descoberta da música se deu por intermédio de James Brown, que viu no Teatro Apollo quando tinha 18 anos. Nos anos 1990, quase morreu de uma febre que não sabe a causa, chegou a 104,7 graus. Hoje ele está por cima da carne seca, mas não há nenhuma sombra de amargura em sua voz, nem de revanchismo.
VICTIM OF LOVE - Charles Bradley e The Menahan Band. Lançamento Deck Discs e Daptone Records. R$ 30
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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