Cannes escolhe os melhores comerciais de bebidas

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Por Agencia Estado
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A indústria mundial de bebidas alcóolicas gasta bilhões de dólares por ano ao redor do mundo para se comunicar com os consumidores reforçando a idéia de descontração, alegria e comunhão. Não importa se a publicidade desses produtos, como cerveja, vodca, uísque, vinho, espumantes, gim, rum, pisco ou saquê, é criada no Japão, na Jamaica, no Brasil, nos Estados Unidos, na Bélgica ou na Finlândia, o objetivo é sempre o mesmo: emocionar o consumidor. De situações bizarras passando pelas clássicas reuniões de famílias e datas como aniversários, finais de campeonatos de futebol, beisebol, luta livre ou Natal, os 251 filmes que concorrem aos leões de ouro, prata e bronze desta categoria no 51º Festival Internacional de Publicidade de Cannes despertaram o interesse de uma platéia que lotou na manhã de um ensolarado domingo o salão principal do Palais des Festival de Cannes. Campanha criada pela agência de publicidade canadense Downtown Partners/DDB para Bud Light despertou gargalhadas ao exibir um apresentador do Instituto Bud Light, chamado Keith Geurts, apresentando inventos como um aparelho de exercitar o dedão, um cartão de imunidade diplomática e outros que fariam inveja ao pessoal do Casseta & Planeta e as suas organizações Tabajara. A intenção é a de mostrar que esta cerveja tem menos caloria e dispensa tais ginásticas ou artifícios mesmo que divertidos. A Bud Light é a segunda marca de cerveja mais vendida do mundo, perdendo apenas para a Budweiser, também da Anheuser-Bush. A terceira marca mais vendida do mundo, em volume, é a Skol, da AmBev. Apesar da acirrada disputa do mercado de cervejas no Brasil, onde cada ponto porcentual de mercado vale R$ 100 milhões, a presença do Brasil foi tímida. Apenas um filme criado pela Almap/BBDO para a cerveja Antarctica conseguiu reação do público. Mostra um desfile de blocos no carnaval de Olinda, com um boneco gigante olhando um copo suado com cerveja Antarctica num casarão onde a festa rola solta. Ele se aproxima da janela e uma bela modelo morena vai servi-lo, mas se assusta quando o homem que veste a fantasia estende o braço que sai da linha abaixo da cintura do boneco. A modelo fica ruborizada e a platéia do Palais achou graça. Já a F/Nazca, agência do publicitário Fábio Fernandes, trouxe filmes com visual estilizado para Skol, que reforçam com vários círculos o slogan "desce redondo´, desde um guarda-sol a uma tampinha de garrafa. A Fischer America, por sua vez, trouxe um filme de Nova Schin, que poucos conhecem: num jogo de assinalar se ele ou ela, mostra travestis, para confundir as respostas e aponta a Nova Schin como a cerveja que não tem erro. As agências que trabalham para a Diageo, a exemplo da BBH/Asia, de Singapura, fixaram mais uma vez o espírito da campanha Keeping Walker, do uísque Johnnie Walker. No caso específico, mostra um professor ganhando a maquete da antiga escola das mãos de um aluno que exultante caminha descalço pela orla. Os comerciais de Bacardi e Campari fizeram aquilo que se espera deles: muita inovação em linguagem, com imagens sensuais e paisagens futuristas. Para a platéia de brasileiros uma surpresa: os comerciais da cerveja dinamarquesa Carlsberg criados pela agência de publicidade espanhola FCB/Tapsa, de Madrid, mostram a torcida uniformizada do Brasil torcendo pelos times europeus.A canção "a copa (em substituição à taça) do mundo é nossa" é entoada como um convocação para a Eurocopa, que tem o patrocínio da Carlsberg. Nos diálogos um brasileiro chamado Carl conversa com outro chamado Berg. Um deles pergunta: "Mas o Brasil joga a Eurocopa?" O outro aponta para os jogos com brasileiros em campo suando a camisa de times europeus e para a própria Carlsberg e seu rótulo verde e amarelo. No jogo de sedução, a J.Walter Thompson Brasil trouxe para o festival os comerciais que criou para a vodca Smirnoff e que exploram o conceito de que você não precisa ser puro, mas a sua vodca sim. No início, pensa-se que uma jovem bela e sedutora está com um homem mais velho até que ela dá boa noite ao pai, depois de entrar com ele num hotel. E se a belga Interbrew está a um passo de ter o controle da maior cervejaria brasileira, a AmBev, na comunicação, a sua opção ao divulgar a cerveja Stella Artois recai nos clássicos. Os comerciais exploram a antiguidade da marca e situações extremamente européias, como ade um garçom que faz parte de um coro e o maestro o permite desafinar com ele leva, por ruas tortuosas, uma bandeja com a cerveja geladíssima.

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