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Canibalismo nos Andes chega em livro ao Brasil

Nando Parrado conta em Milagre nos Andes sua experiência em acidente aéreo que levou sobreviventes a comerem carne humana, e que foi levado ao cinema por Frank Marshall em 1993

Por Agencia Estado
Atualização:

Em março de 1993, Fernando Parrado esteve no Brasil para se encontrar com o diretor Frank Marshall, que veio ao País mostrar sua adaptação do livro de Piers Paul Read sobre a chamada ?tragédia dos Andes?. Agora é o livro do próprio Nando Parrado, Milagre nos Andes (Objetiva, 276 páginas, R$ 38,00) que chega ao Brasil, contando sua experiência num episódio que se tornou famoso - em 1972, um avião com 40 passageiros, incluindo uma equipe completa de rúgbi do Uruguai, caiu nos Andes. Aos serem resgatados, os 16 sobreviventes confessaram haver comido carne humana. O assunto ganhou projeção internacional. A antropofagia é um tabu cultural que carrega componentes filosóficos, fisiológicos e religiosos. Parrado, que assessorou Marshall em seu filme, não sabe qual foi o mais doloroso de vencer. Mas também diz, o que talvez cause estranhamento, que ali, em meio ao gelo da cordilheira, sentiu como nunca a presença de Deus. Em 1975, com o impacto da tragédia ainda repercutindo na mídia, o diretor mexicano René Cardona fez um filme sobre o assunto, que intitulou Os Sobreviventes dos Andes. Com realismo brutal, Cardona pai - seu filho, René Cardona Jr., também é diretor de filmes sensacionalistas - contava a opção terminal pelo canibalismo. Passaram-se mais 18 anos e surgiu a versão de Marshall, intitulada Vivos! Marshall foi produtor associado de Steven Spielberg. Como diretor, não fez muito sucesso ao assinar filmes como Aracnofobia e Congo. Vivos! também não foi um grande sucesso, mas não carece de qualidades dramáticas. Marshall optou pela discrição. Ao contrário do livro de Read e do filme de Cardona, ameniza os fatos, principalmente os ligados ao canibalismo, para transformar a história dos sobreviventes dos Andes numa manifestação de fé e esperança. Mesmo assim, Nando Parrado sentiu que ainda faltava uma versão e contou a dele, que sai agora em livro.

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