Canal Brasil faz 4 anos em busca de expansão

O grupo de cineastas que criou o canal está em luta para exibir sua programação por outras operadoras além da Net e Sky, ambas das Organizações Globo

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Em setembro, o Canal Brasil (Net/Sky) comemora quatro anos no ar fazendo barulho. Não com festa, mas anunciando uma batalha para ter seu sinal transmitido por outras operadoras além dos domínios da Globosat, detentora das operadoras onde é transmitido. Recentemente em seu site, o canal deu início à campanha Eu Quero Meu Canal Brasil e começou a distribuir camisetas com a mensagem em festivais e atividades promovidas com este fim. A idéia é incentivar os telespectadores a procurar suas operadoras e reivindicar o canal. "Há uma lei que regula a existência de um canal audiovisual brasileiro na tevê paga que não está sendo cumprida", argumenta Wilson Cunha, diretor-geral do Brasil. "Mas a resistência passiva das outras operadoras atrapalha." Fundado em 1998, o Canal Brasil é uma parceria da Globosat com o grupo de cineastas Consórcio Brasil, formado por Luiz Carlos Barreto, Zelito Vianna, Marco Altberg e Aníbal Massaíni Neto e Paulo Mendonça - ou seja, não é propriedade exclusiva do grupo Globo. "É uma joint venture onde cada um tem 50%. Eles entram com a tecnologia e o acervo, e os cineastas, com seus conhecimentos e com filmes." Cunha lembra que a ampliação de alcance do canal será benéfica não só pela continuação do incentivo ao cinema nacional - até hoje, já foram recuperados cerca de 300 filmes e feita uma média de 26 mostras e festivais por ano -, como também permitirá um aumento na produção televisiva do próprio canal. "Aumentando a base, atrairemos mais investimento e, conseqüentemente, a participação na produção", diz Cunha. A inciativa tem surtido efeitos. Depois do término de seu contrato com o Eurochannel, a operadora BTV de Blumenau (SC) substituiu o canal europeu pelo Canal Brasil no line-up. Este último, por enquanto, incentiva a produção nacional com programas feitos por produtoras independentes. Dentre eles, está o Mastercard Destino Brasil (que, a partir de setembro, ganha narração de Malu Mader) e o Rolo Extra, de Pedro Bial - campeão de audiência do canal. "Quem vê o Bial no BBB se surpreende quando o vê falando de cinema", afirma Cunha. Para quem ainda não conhece o formato, uma boa oportunidade é o Rolo Extra de hoje, às 20h30, que revela detalhes por trás de Ópera do Malandro, filme de Ruy Guerra baseado na obra de Chico Buarque, feito em 1985, com Edson Celulari e Elba Ramalho no elenco. Bial recebe Guerra para um bate-papo no segundo bloco.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.