
06 de março de 2011 | 00h00
Ao fazer 21 anos, o Camarote da Brahma se despede de seu tradicional espaço no Sambódromo do Rio. O prédio, onde funcionou a cervejaria até 1998, será demolido e reformado pela Prefeitura para se transformar no que Oscar Niemeyer pensou originalmente para a Passarela do Samba. Um terço da área será incorporada pela Sapucaí e o restante se transformará em negócio comercial com renda para a cidade.
Tudo começou em 1990, quando a Brahma era a segunda na preferência do consumidor. Com a firme ideia de desbancar a líder Antarctica, a turma da cervejaria resolveu ousar.
Eduardo Fisher, publicitário, aliado a Magim Rodriguez, diretor de marketing da cervejaria , apareceram com o projeto da Nº1. Devidamente aprovado pelo trio Marcel Telles, Jorge Paulo Lemann e Beto Sicupira, donos da Brahma, a ideia avançou com a contratação de José Victor Oliva. Pronto. Estava no ar a Nº1. E o camarote para formadores de opinião e clientes.
Anos depois, Fischer introduziu a guerra das cervejas no samba, repetindo a fórmula Brahma com a Nova Schin. Na contrapartida, Brahma lhe roubou seu garoto-propaganda Zeca Pagodinho. Ambas já entraram para a história do Carnaval carioca.
To the point
Marcel Telles resume hoje a aventura: "O camarote funcionou como um grande comercial. O endosso das pessoas que frequentavam aumentou o prestígio e aceitação social da cerveja". Tudo a favor.
Tô fora
Já Magim não fala sobre a Brahma ou seu camarote: "Por contrato, durante dez anos, estou proibido. Meu negócio agora são as vaquinhas". Há cinco anos, mudou-se para Amparo, interior de São Paulo, onde cria gado simental e ovelhas.
Eduardo Fischer tampouco. Atende conta publicitária de cervejas concorrentes.
Eterno
José Victor Oliva continua firme. Conta, inclusive, que na primeira edição do camarote, o improviso superou o planejamento. É que entre a ideia do Camarote Nº1 e o carnaval restavam apenas duas semanas.
Na base da "criatividade", barris de chopes foram arrastados para a área VIP e camisetas listradas de azul e branco transformadas em abadás.
Transformação
No início, existia grande preocupação em convidar socialites do Rio e de São Paulo. Artistas e jogadores de futebol eram os "extras".
Hoje, as celebridades dominam o espaço.
Multidão
Na inauguração, foram 800 convidados. Hoje são 4,5 mil.
Alavancagem
Em 1990, a Brahma gastou pouco para montar o camarote. Hoje, em média, cada edição sai por algo como R$ 5 milhões.
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