11 de agosto de 2010 | 08h46
De uma forma geral, os números foram favoráveis. "Mesmo com a crise mundial, manteve-se a tendência de queda no preço médio do livro, além de um expressivo crescimento na produção total de livros", observou Rosely Boschini, presidente da CBL, entidade que organiza a Bienal Internacional do Livro, cuja 21.ª edição abre as portas na sexta-feira para o público, no Palácio das Convenções do Anhembi. De fato, no ano passado, a indústria nacional produziu 386,4 milhões de exemplares diante dos 340,3 milhões editados em 2008. "Como a crise econômica praticamente não influenciou a produção de 2009, esperamos neste ano, com o mercado mundial recuperado, que os números sejam infinitamente melhores."
A pesquisa é realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo, cujos dados foram baseados nas respostas de 693 editoras, que responderam a questionários online. "Neste ano, acrescentamos uma novidade que é a venda direta na internet, ou seja, por livrarias com atuação exclusivamente virtual", comentou Leda Maria Paulani, coordenadora do estudo e professora-titular da FEA-USP. Pelos dados coletados, a participação desse canal de comercialização é de 2,25%, número ainda ínfimo se comparado com a participação das livrarias (42,44%) e das vendas diretas (40,18%). "Mesmo assim, não são dados tão precisos, pois as informações vieram das editoras - o ideal é apurar diretamente com as livrarias", observou Leda.
Outra boa notícia foi o aumento de obras assinadas por autores nacionais - segundo a pesquisa, em 2009 foram editados 46.703 títulos de escritores brasileiros, contra 44.503 no ano anterior, um aumento de 4,94%. Já as cifras de obras traduzidas caiu (de 6.626 em 2008 para 5.807 no ano passado). "São várias as explicações", comenta Sônia Jardim, do Snel. "Com a sombra da crise econômica, especialmente no primeiro semestre do ano passado, as editoras concentraram suas apostas em poucos autores estrangeiros, justamente aqueles que garantem best-sellers. Isso abriu brecha para o lançamento de mais escritores brasileiros, cuja negociação com os direitos autorais é menos complicada." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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