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Ca?d?Oro faz 50 anos

Há 50 anos, Fabrizio Guzzoni comanda a casa que foi pioneira na culinária do norte da Itália em São Paulo. O Ca?d?Oro já não é o melhor, mas ainda é uma referência em cozinha italiana na cidade

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ca?d?Oro festeja os seus 50 anos, mantém a tradição com seus ótimos pratos do Norte da Itália e agora está também oferecendo alguns vinhos italianos a preços mais do que atraentes, apenas ligeiramente superiores aos dos cobrados pelas importadoras. O restaurante marcou época, inovou a cozinha de São Paulo, e esteve durante muito tempo entre os melhores da cidade. Continua muito bom, mas já não tem o mesmo destaque porque são muitos os restaurantes de alto nível. Fabrizio Guzzoni, de uma família de hoteleiros em Bérgamo, chegou a São Paulo na década de 1950 com dois cozinheiros que realmente deixam saudade, Emilio Locatelli, um gênio simpático, falante, e Alberto Micheletti, mais reservado. Eles trabalharam juntos no restaurante que ficava na Barão de Itapetininga e depois nos hotel Ca?d?Oro na Basílio da Gama, e, finalmente, nas instalações atuais, mais imponentes, na Rua Augusta. Locatelli e Micheletti se foram, mas o patriarca Fabrizio Guzzoni continua firme. Agora, seu filho Aurélio voltou para o hotel, onde está também trabalhando Fabrizio Guzzoni Neto. O Ca?d?Oro inovou. Na época, a chamada cozinha italiana se resumia aos pratos das ?mammas?, típicos das cantinas. Guzzoni mostrou para São Paulo os pratos da cozinha do Norte, como massas recheadas, codornas com polenta e, sobretudo, o bolito misto piemontês. Alguns aparecem nos pratos do dia, como rabada com polenta (segunda, R$ 35); dobradinha (terça, R$ 27); coelho assado no vinho (quarta, R$ 41); ossobuco com risoto à milanesa (quinta, R$ 49); bacalhau livornese (sexta, R$ 62); zampone com lentilhas (sábado, R$ 35 cordeiro alecrim 41). O bolito continua ótimo (R$ 48). O carrinho de metal que vem à mesa com os ingredientes quentes não é dos mais elegantes, mas o cozido mantém o nível. Nele, tender, frango, músculo (ótimo, meio seco); costela (deliciosa, com gordura na medida certa); picanha (macia); língua (deliciosa, delicada); codeguim (um embutido na pele do pé do porco, gostoso, naturalmente gordo); codeguim (a mesma preparação embutida na tripa, como uma lingüiça); repolho (ótimo acompanhamento para as carnes); cenoura, mandioquinha e batata. Um prato naturalmente sem muito tempero. Para dar mais gosto, os três molhos: verde, de raiz-forte (ótimo com os embutidos) e mostarda de Cremona (agridoce, feito com frutas carameladas e mostarda). Deliciosas ainda a dobradinha com feijão branco e polenta (R$ 27) e as codornas com uma polenta magnífica (R$ 38). Entre as massas, muito bom o casonsei à bergamasca, recheado com vitela, passas e licor amaretto e servido com manteiga e sálvia, que realçava o sabor do conjunto (R$ 31). Apenas correta a chitarre (uma massa cortada num instrumento que lembra uma guitarra) com frutos do mar (R$ 46). Bom o salmão com salsinha (R$ 40). Serviço correto, cerimonioso, mas um pouco impessoal e burocrático.

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