
24 de março de 2008 | 18h06
O Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires (Malba) iniciará sua temporada com uma mostra única sobre a artista Tarsila do Amaral, uma das precursoras do modernismo no Brasil. A exposição, que começa no próximo sábado, inclui 80 pinturas, 60 desenhos e cadernos de viagem e reúne pela primeira vez na história suas três obras mais emblemáticas: Antropofagia, A Negra e Abaporu, quadro o qual deu origem ao chamado movimento antropofágico. A pintora (1886-1973) manteve nos anos 1920 uma estreita relação com intelectuais argentinos como Jorge Luis Borges, e fora do Brasil sua obra só foi reconhecida em estreitos círculos culturais. O curador-chefe do Malba, Marcelo Pacheco, afirmou, em entrevista à agência de notícias Efe, que "a mostra que será inaugurada em Buenos Aires vai ser "uma grande descoberta" para os argentinos". Com o título Tarsila Viajante, a exposição recolhe as obras que a artista produziu nos anos 1920 durante suas viagens por Europa, Brasil, a ex-União Soviética e o Oriente Médio. Nestes trabalhos, a artista interiorizou os conceitos que assentariam os princípios da modernidade na América Latina, estreitamente ligada à construção da identidade nacional de países como Brasil e Argentina. Será a primeira vez que uma retrospectiva individual de toda a obra de Tarsila poderá ser vista na Argentina. Pacheco afirma que a exposição é "uma oportunidade única" para ver reunidas as obras fundamentais de Tarsila, "uma das melhores artistas do século XX", e cuja particularidade é que a visão de suas obras permite entender o mundo contemporâneo. "Tarsila tem a ver com a construção da cultura, da literatura, do cinema e da fotografia européia e latino-americana; do culto e do popular, disse. Tarsila Viajante, organizada pela curadora Regina Teixeira, ficará em exposição no Malba entre 29 de março e 2 de junho.
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