12 de outubro de 2012 | 03h09
O escritor, que é também cronista do Caderno 2, participou da coletiva de imprensa em que a organização da feira e representantes do governo brasileiro e da Câmara Brasileira do Livro apresentaram o conceito da participação do Brasil em 2013.
Para Hatoum, a literatura de um país é capaz de desconstruir os velhos e novos estereótipos sobre esse mesmo país. "Cada narrador inventa o microcosmo em que pode expressar as contradições e os impasses de uma sociedade. As vozes desses narradores dão a dimensão de um país complexo, cuja face mais violenta e perturbadora pode ser traduzida como um drama individual ou familiar. Um Brasil de múltiplas faces, de vozes dissonantes e dissidentes."
O medo de que se abuse de clichês é geral. "Ouço muito dizerem que o Brasil não cabe numa gaveta, mas sugiro que deixem suas gavetas fechadas, não pensem só em samba e Ipanema. Utilizem como instrumento o caleidoscópio e vejam as imagens que se formam", disse Jurgen Boos, presidente da Feira de Frankfurt.
O desafio de mostrar toda a diversidade sem cair no clichê samba-carnaval-caipirinha-futebol será de Daniela Thomas e Felipe Tassara, responsáveis pela cenografia do pavilhão de 2.500 m². Lá, haverá exposição dos livros brasileiros publicados no exterior, conversas com escritores, etc.
O estande coletivo estará ainda maior do que o deste ano, ocupando uma área recorde de 500 m². O slogan escolhido foi Brasil em Cada Palavra.
Entre 70 e 80 autores devem viajar à Alemanha para a feira do ano que vem. Alguns, porém, serão convidados para conversas com o público em escolas e bibliotecas antes do evento. Escritores que estão sendo traduzidos ou já foram editados no País devem ter prioridade. O crítico literário Manuel da Costa Pinto será o curador dessa área.
Galeno Amorim, presidente da Biblioteca Nacional, disse que até lá entre 200 e 250 obras terão sido traduzidas com o apoio do novo programa de bolsa da FBN.
Em 2011, a Islândia foi o país convidado, e Rakel Björnsdóttir, gerente do Ministério da Educação, Ciência e Cultura da Islândia, deixa dicas para os brasileiros: fiquem dentro do orçamento, façam tudo simples e mantenham boas relações com os autores em casa. "O sucesso está na simplicidade, não se preocupem com fogos de artifício. Fizemos nosso pavilhão com o coração e deu certo." O valor total foi de 3 milhões.
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