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Brasil estreia em 3D com comédia

Primeiro filme em live action nesse formato, 'Se Puder... Dirija!', de Paulo Fontenelle, foi rodado em um mês e deve entrar em cartaz entre abril e maio

Por ROBERTA PENNAFORT - O Estado de S.Paulo
Atualização:

RIO - O Brasil já teve sua primeira animação em 3D, no ano passado, e em 2013 vai ganhar o primeiro filme em live action em 3D - ou, em bom português, com atores reais em cena. Recém-concluídas, as filmagens da comédia Se Puder... Dirija!, do diretor Paulo Fontenelle e com Luiz Fernando Guimarães como principal nome do elenco, foram todas no Rio, e contaram com a presença de dois especialistas importados de Los Angeles pela produtora Total Filmes. Em explosão nos Estados Unidos, a tecnologia engatinha no Brasil. O diretor de fotografia e estereógrafo é Pedro Guimarães, carioca que mora nos EUA desde 1994 e trabalhou em filmes como o da cantora Katy Perry, Part of Me, e em clipes de música e produções para TV (o mercado está em expansão e já existem três canais que só exibem 3D). Ele trouxe para ser o foquista o experiente Bobby Settlemire, que vem da série Piratas do Caribe e com quem havia feito o DVD oficial da última Copa do Mundo, em 2010. "Desde Avatar (2009), a tecnologia estourou, e ainda está avançando por lá. A cada três meses, evolui. Estamos usando aqui as mesmas câmeras red epic d'O Espetacular Homem Aranha, de Prometheus", conta Guimarães, que foi parar nos EUA por ser filho de diplomata. "Nos últimos cinco anos, só trabalhei com 3D. Aprendi fazendo e agora estamos passando esse know-how para a equipe brasileira. Acho que é a primeira comédia em live action em 3D no mundo." Diretor, diretores de arte e fotografia, todo o time envolvido estudou bastante a técnica na fase de pré-produção (o uso de duas câmeras unidas numa só estrutura, para a criação da profundidade e a ilusão de ótica que caracteriza o 3D, o monitoramento das imagens, etc.) e se planejou para conseguir filmar tudo em um mês, o que se cumpriu. A intenção é que o 3D torne ainda mais engraçadas as cenas cômicas de Luiz Fernando Guimarães (João, um manobrista que se desdobra entre o trabalho e o filho pequeno) e sua trupe - ele contracena principalmente com Leandro Hassum, Eri Johnson e com o espevitado menino Gabriel Palhares, de 5 anos, que faz seu filho. Ora objetos saltarão da tela, ora o espectador será levado para "dentro da piada", explica o diretor. Como a pós-produção é bem trabalhosa, a ideia é estrear entre abril e maio. Os custos - cerca de R$ 8 milhões - sobem em média 30% em relação a um filme em 2D. João é um pai ausente que esquece que precisa buscar o filho na casa da ex (Lavínia Vlasak). Decide pegar emprestado no estacionamento o carro de uma cliente cativa (Barbara Paz) para chegar mais rápido. A partir daí, nada mais dará certo. O filme é um dia na vida desse pai, que, além da criança, ainda tem de carregar o cachorro dele para cima e para baixo no carro. "Tivemos duas semanas de ensaio e foi bom para conhecer o Gabriel. Agora, somos amigos. É bom trabalhar com crianças porque elas são espontâneas", diz Luiz Fernando Guimarães. Ele não sente pressão pelo sucesso tendo vindo de Os Normais - juntos, os dois filmes, de 2003 e 2009, fizeram mais de cinco milhões de espectadores. "Não levo isso comigo. Mas acho muito charmoso estrear o primeiro filme em 3D do Brasil." Paulo Fontenelle, com experiência em documentários e um filme independente (Intruso, de 2010), conta que não escreveu o personagem pensando nele, embora o próprio ator tenha imaginado isso ao ler o roteiro. "Hoje não consigo imaginar outra pessoa fazendo o João: um cara atrapalhado, mas nada é forçado. Esse personagem vai marcar a carreira do Luiz", crê o diretor.

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