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Brasil, a bola da vez, desperdiça boa oportunidade

Casa do Brasil instalada em New Orleans tinha grupo de samba enredo, mas formado por músicos norte-americanos

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Por Redação
Atualização:

Homenagear o Brasil foi uma simpatia dos organizadores do New Orleans Jazz Festival. A cada ano, um país ganha reverências na programação. E neste, de Copa do Mundo, embora em New Orleans ninguém dê a minima para isso, foi o Brasil. Uma tenda chamada Casa do Brasil abrigou uma exposição de fotos e recebeu pocket shows dos mesmos convidados que fizeram apresentações em outros palcos. A suposta projeção em um dos maiores festivais de jazz do mundo, no entanto, soou um desperdício de oportunidade. Os contatos para a decisão de quem seria trazido para os EUA foram entre a organização do festival e os governos de Bahia, Minas e Pernambuco. Minas mandou o cantor e compositor Tizumba, a Bahia foi representada pelo grupo Os Negões of Bahia-Brasil, e Pernambuco esteve presente com o flautista João do Pife. Deles, apenas Tizumba se deu bem na Tenda Blues e nas apresentações que fez na Casa do Brasil. Teve personalidade para reverter a apatia inicial da plateia em grandes momentos de envolvimento.Os Negões of Bahia apareceram no grande palco Congo Stage, para onde vão as atrações com raízes afro mais evidentes. Fizeram uma apresentação estereotipada, a la Timbalada, mas sem o mesmo impacto. Sambaram, tentaram ser simpáticos com suas roupas coloridas, mas não convenceram a maioria do público.João do Pife tem história, mas mandá-lo com apenas um acompanhante foi uma crueldade. O pífano, a flauta de madeira que ele mesmo faz, não tem volume quando não está só. O show que ele fez na Tenda Kids foi para sete pessoas. "Eu vim sem os outros músicos que me acompanham, disseram que iria encarecer demais", disse João ao Estado. E a Casa do Brasil, muitas vezes, era tão legítima quando uma banda de country brasileira. Quem fazia as apresentações dos sambas enredo, por exemplo, era um grupo de norte-americanos chamado Casa Samba. / J. MARIA

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