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Bolsonaro quer 'valorizar' Lei Rouanet e Regina Duarte fala em 'passar o chapéu' por mais dinheiro

Na posse de Regina Duarte como secretária especial da Cultura nesta quarta, 4, Bolsonaro fala da lei que ele reformou em 2019

Foto do author Julia Lindner
Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Julia Lindner e Eduardo Rodrigues
Atualização:

Durante a posse da atriz Regina Duarte como secretária especial da Cultura, nesta quarta-feira, 4, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que quer valorizar a Lei Rouanet, criticada por ele no passado. Segundo Bolsonaro, antes a lei era "mal utilizada". "Achamos, tenho certeza, a pessoa certa, que pode valorizar, por exemplo, a Lei Rouanet, tão mal utilizada no passado", disse o presidente sobre Regina.

Bolsonaro defendeu mudanças feitas pelo seu governo nas regras de captação de projetos culturais via Lei Rouanet. "Acreditem que o teto para um só artista era R$ 60 milhões. Em um país como o nosso, era um exagero isso. Colocamos um teto, e colocamos um filtro também, ajudar artista em início de carreira ou aqueles que precisam para se consolidar no mercado", declarou.

Jair Bolsonaro e Regina Duarte na posse da atriz como secretária da Cultura Foto: Adriano Machado/Reuters

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Após reduzir o teto da Lei de Incentivo para musicais para R$ 1 milhão, o governo acabou recuando, no final do ano passado, e passou o valor para até R$ 10 milhões.

O presidente disse, ainda, que, antes de assumir o governo, a cultura "não era bem o que o povo queria". Na visão dele, o setor foi "cooptado pela política". "Na minha cabeça de humilde capitão de exército estava latente que essa não era a cultura que deveria ser desenvolvida no Brasil", afirmou Bolsonaro. 

Ele demonstrou desconforto com os resultados da cultura no primeiro ano de governo, e indicou que quer reverter o quadro. "A cultura influencia a economia. A música é um ânimo, uma injeção de coragem, e nós temos que resgatar isso. O tempo voa. Já deixamos um ano para trás. e, ainda, de forma tímida, começamos a reescrever a cultura com a chegada dessa grande mulher. Estamos colocando nas mãos de quem realmente entende o assunto esse desafio", disse.

Regina Duarte, por sua vez, discursou sobre a falta de recursos na área cultural. E disse que, se necessário, vai "passar o chapéu", em referência a uma expressão usada no meio artístico para pedir recursos. Ela afirmou que acredita ser possível "fazer mais com mais". "Se a vontade de fazer é grande e os recursos são escassos, vamos passar o chapéu", declarou.

A nova secretrária também disse que será importante contar com o apoio do Legislativo para levar adiante projetos da Secretaria da Cultura.

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"O meu propósito aqui é pacificação e diálogo permanente com setor cultura, estados, municípios e parlamento. O apoio do Legislativo é indispensável para o trabalho que vamos realizar a partir de hoje", afirmou a atriz.

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