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Bob Dylan expõe pinturas sobre o Brasil, na Dinamarca

Cenas da vida cotidiana, pintadas em cores fortes, pelo autor de canções dos 1960 que definiram uma era

Por JOHN ACHER
Atualização:

Quarenta pinturas do cantor e compositor norte-americano Bob Dylan serão expostas a partir deste fim de semana na Dinamarca, mas os visitantes não encontrarão qualquer referência a "Blowin' in the Wind" ou outras canções famosas nas pinturas. A exposição na Galeria Nacional de Copenhague, que vai de 4 de setembro a 20 de fevereiro do ano que vem, mostrará cenas da vida cotidiana no Brasil, pintadas em cores fortes pelo homem cujas músicas da década de 1960 definiram uma era e que ainda continua ativo. A série "The Brazil Series" representa um novo capítulo nas atividades artísticas do músico de 69 anos, que já faz desenhos e pinturas há décadas e realizou suas últimas exposições na Alemanha, em 2007, e em Londres, no ano seguinte. "Cruzamentos artísticos nem sempre são bem-sucedidos - Bob Dylan é", disse o diretor do museu, Karsten Ohrt. "Esse é outro lado de Bob Dylan, mas ainda assim é bastante Bob Dylan." Ohrt, que descreveu Dylan como um "artista visual destacável", considerou absurdo o questionamento se o museu também estaria aberto para expor as pinturas se elas tivessem sido feitas por outra pessoa. Mas o curador Kasper Monrad disse a repórteres em uma visita nesta quinta-feira que não há dúvidas de que a exibição foi montada "porque é Bob Dylan". "Ele é talvez o maior músico e compositor do século 20 que empreendeu um novo projeto", disse Monrad. "As pinturas não são ilustrações das músicas." Segundo Monrad, Dylan contou que, se pudesse expressar em música o que pintou, ele teria composto uma canção em vez de pintar. As obras foram feitas no estúdio de Dylan por um período de 15 meses entre o começo de 2009 e março deste ano, de acordo com a galeria. Elas foram feitas com base em desenhos de Dylan, que já visitou o Brasil várias vezes. Há cenas rurais e urbanas do Brasil, e algumas são como imagens congeladas de filmes. Outras são mais dramáticas, como a briga entre um pai e um filho numa barbearia. Dylan, que mantém um estilo de vida recluso, não pretende visitar a exposição, disse Monrad. Mas Ohrt garantiu que Dylan vai aparecer algum dia para visitar a galeria, talvez "sem avisar e numa segunda-feira, quando estamos fechados".

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