Boas a más notícias para os trekkers

Fãs da série Jornada nas Estrelas têm mais duas opções em DVD nas locadoras, o ótimo A Ira de Kahn, e o fraco À Procura de Spock, um dos piores de toda a série

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Por Agencia Estado
Atualização:

Trekkers, atenção. Os fãs da série Jornada nas Estrelas ainda nem haviam terminado de ver os numerosos extras contidos no DVD duplo de A Ira de Kahn - há um disco digital inteirinho deles - e já está nas locadoras e lojas especializadas mais um título da série. Kahn foi justamente o segundo filme a estrear nos cinemas, À Procura de Spock foi o terceiro. E, a bem da verdade, foram esses primeiros filmes que criaram a fama de uma série desenvolvida num ritmo binário, na qual os episódios pares são bons e os ímpares, ruins. Para trekkers de carteirinha, isso não importa. Eles gostam de qualquer coisa que se refira às aventuras da Enterprise. Mas que o 2 é melhor que o 3, basta conferir assistindo a A Ira de Kahn e À Procura de Spock. Um pouco de história: a série Jornada nas Estrelas é dos anos 1960. No Brasil estreou em 1968, na Excelsior. Virou cult. Seus criadores fizeram uma síntese bem sucedida de Júlio Verne e H.G. Wells, somando às preocupações humanistas um gosto pela tecnologia de ponta que impulsiona a indústria bélica. A Enterprise, sabem os trekkers, tem poder de fogo, por mais que o almirante Kirk e o Sr. Spock façam discursos humanistas. A verdade é que os roteiristas da TV e do cinema sempre proporcionaram inimigos para os heróis e eles sempre foram os inimigos da América, que se confunde com a própria humanidade. Jornada nas Estrelas terminou ganhando sobrevida. Nos anos 1980 surgiu A Nova Geração. Baseado num antigo episódio de TV, Space Seed, A Ira de Kahn faz de Ricardo Montalban o vilão que irrompe na Enterprise, precedido por vermes que crescem nos ouvidos de suas vítimas, enlouquecendo-as. O filme é muito bom, tem ação, humor e, embora um tanto pretensioso nas frases feitas que expressam as idéias do diretor Nicholas Meyer sobre o homem e o mundo, tem classe. Meyer, vale lembrar, foi escritor antes de chegar a cineasta. Atraído pelos mitos, confrontou Sherlock Holmes e Sigmund Freud no livro The 7% Solution, que virou filme de Herbert Ross (Visões de Sherlock Holmes) e, como diretor, pôs H.G. Wells e Jack o Estripador na máquina do tempo (Um Século em 43 Minutos) e ainda projetou uma visão assustadora do mundo destruído pelo holocausto nuclear (O Dia Seguinte). No final de A Ira de Kahn, o Sr. Spock sacrifica-se pelos companheiros da Enterprise. Morre e seus restos são deixados no planeta Gênesis. Agora, em À Procura de Spock, o espírito do sapiente vulcano "encosta" no personagem de De Forest Kelley e convence o almirante Kirk a rumar para Gênesis, onde piratas do espaço querem se apossar dos mistérios do planeta em que tudo ressurge. É claro que Spock aparece de novo, interpretado pelo mesmo Leonard Nimoy que assina a direção. William Shatner é Kirk e as caras são todas conhecidas dos trekkers. As caras, sim. O filme, não. É ruim demais, mas os extras são imperdíveis para fãs e ainda trazem o trailer do novo filme, Nêmesis, que estréia no dia 14 e nem precisa ser muito bom para ser melhor do que À Procura de Spock. Jornada nas Estrelas - A Ira de Kahn. EUA, 1982. DVD duplo da Paramount, R$ 41,90 nas locadotras e lojas especializadas. À Procura de Spock. EUA, 1984, R$ 37,50.

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