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Biografia refaz trajetória de Silvio Santos

A Fantástica História de Silvio Santos, do jornalista Arlindo Silva sai em outubro, narrando os passos que levaram o ex-radialista e camelô a construir seu império

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de trabalhar por 25 anos com o empresário Silvio Santos, o jornalista Arlindo Silva resolveu colocar toda a história do "homem do baú" nas páginas de um livro. Em A Fantástica História de Silvio Santos, com lançamento previsto para outubro, pela Editora do Brasil, Silva conta em 230 páginas como um dos homens mais ricos do Brasil construiu seu império. Há um ano aposentado de suas atividades na empresa de Silvio, o jornalista se dedica atualmente à revisão de livros didáticos, atividade que lhe inspirou para transformar a vida do apresentador em uma biografia. "Depois que deixei o SBT, falei com o Silvio umas duas ou três vezes, mas não precisei levantar mais nada sobre a vida dele. Parte do material que usei no livro foi apenas atualizado, o restante estava tudo guardado", explica. A idéia de transformar a vida de Senor Abravanel - que em dezembro completará 70 anos - em uma biografia foi do próprio jornalista, que passou a ter contato com o empresário em 1970, quando realizou uma entrevista para a extinta revista O Cruzeiro. "A entrevista foi publicada em 12 capítulos, aproveitei todas as informações e transcrevi aquele material, onde ele contava detalhes desde a sua infância na Lapa, no Rio, e de como chegou a São Paulo", acrescenta. Silva começou a trabalhar no Grupo Silvio Santos em 1975, exercendo várias atividades, desde assessor de imprensa até diretor de jornalismo. Em A Fantástica História de Silvio Santos, Silva também incluiu números e cifras que espantam qualquer um. "No ano passado, o Grupo Silvio Santos faturou R$ 1 bilhão e 508 milhões, entre suas 34 empresas. Só para se ter uma idéia, em 99 o grupo pagou só de impostos R$ 26 milhões, e o Silvio, como pessoa física, arcou com R$ 15 milhões". Da Barca Para O Baú - Alguns detalhes curiosos da vida de Silvio constarão no livro, como a decisão de deixar o emprego como radialista para voltar à função de camelô por ganhar melhor. "Ele só voltou para o rádio, porque quando fez 18 anos e serviu o Exército como pára-quedista, achava que ser radialista era algo que lhe dava mais status que trabalhar nas ruas", cita. Outra passagem interessante conta que Silvio, quando trabalhava na Rádio Continental, tinha de utilizar o serviço de uma barca, que fazia a travessia Rio-Niterói, por volta de meia-noite. "Silvio percebeu que o trajeto era muito monótono, e resolveu montar um serviço de rádio pelo alto-falante. Depois, implantou jogos de bingo e vendia cervejas e refrigerantes", relata. "Ele até foi considerado o melhor vendedor particular de cervejas do Rio", acrescenta. A amizade entre Silvio Santos e Manoel da Nóbrega também faz parte do livro. "O Silvio tinha começado a trabalhar na Rádio Nacional e o Nóbrega já era muito famoso naquele tempo", disse, ressaltando um detalhe não muito conhecido dos fãs de Silvio. "Quem fundou o Baú da Felicidade foi o Nóbrega. Na verdade, não era o mesmo esquema de hoje: as pessoas pagavam o ano inteiro um carnê e no final do ano retiravam um bauzinho cheio de brinquedos. O Nóbrega era sócio de um alemão que o enganou e o Silvio propôs uma sociedade que levantou a empresa. Depois, o negócio começou a evoluir, o Nóbrega achou que era muito arriscado continuar investindo e pulou fora". Dono Do Domingo - A chegada de Silvio à televisão foi em 1961, na extinta TV Paulista (que mais tarde se transformaria na "Rede Globo"). Silvio estreou com Vamos Brincar de Forca?, mas no ano seguinte, começou a dominar os domingos com seu Programa Silvio Santos, no ar até hoje, 38 anos depois, conquistando o direito de ser incluído no Guiness Book como o programa brasileiro que está há mais tempo no ar. Silva, que também foi assessor de imprensa de Silvio Santos durante o período em que o empresário tentou envolver-se com política, relata no livro essa época. "Na época do Fernando Collor, o Aureliano Chaves iria renunciar à candidatura em nome do Silvio, mas desistiu na última hora e não deu certo", recorda o jornalista. Segundo ele, as intenções de Silvio com a política eram as "melhores possíveis". "O desejo de fazer algo pelo povo brasileiro surgiu depois que ele foi aos Estados Unidos fazer um tratamento na garganta. Ele viu muita diferença entre o povo de lá e daqui e achou que poderia ajudar".

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