Biografia de Alexandre, o Grande chega ao País

Antes da estréia do épico de Oliver Stone no dia 14, saem biografias que discutem ou não a polêmica bissexualidade de um dos grandes heróis gregos

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Por Agencia Estado
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Nas livrarias, a Ediouro acaba de colocar a biografia Alexandre, o Grande (168 pags, R$ 24,90), escrita por Plutarco, um dos maiores biógrafos da humanidade. Nos cinemas, estréia no dia 14 o épico Alexandre, dirigido por Oliver Stone com Colin Farrell no papel do grande imperador. Em DVD, a Play-Art relança um clássico de 1956, Alexandre, o Grande, interpretado por Richard Burton e dirigido por Robert Rossen. Sai ainda a versão da vida do imperador segundo a historiadora francesa Claude Mossé, renomada helenista que esteve no Brasil no final da década de 1980 como professora visitante na UFRJ e na USP. Ela é autora de Alexandre, o Grande, lançado nesta semana pela Estação Liberdade (248 págs., R$ 43). Tudo sobre a história do homem que reinou na Macedônia e conquistou uma fatia importante do mundo antes de morrer misteriosamente, aos 32 anos, consagrando-se como o maior herói da Grécia. A história de Alexandre, o Grande (356-323 a.C.), o primeiro soberano macedônio que tentou unificar o Oriente e o Ocidente, fundindo os povos da Europa e da Ásia num só, ainda desperta curiosidade e provoca polêmica. O imperador herdou do pai, Filipe II, em 336 A.C., um exército extremamente profissional e o comandou com tática de gênio. Reinou por oito anos por 90% do território então descoberto no mundo. O grego Plutarco (46-119 d.C.) distinguiu-se de seus contemporâneos porque, mais que os grandes feitos de Alexandre, ele se interessou pelas manifestações de sua personalidade. Ele conta, por exemplo, que Alexandre se destacou pela inteligência, a ponto de o pai, o rei Felipe II, ter chamado Aristóteles para educá-lo. Além de aprender as mais variadas disciplinas, também se mostrou talentoso na arte de domar cavalos, conseguindo domesticar o supostamente indomável Bucéfalo, corcel que viria a ser sua inseparável montaria. Oliver Stone detona polêmica com seu épico que não fez o sucesso esperado em seu lançamento nos cinemas dos Estados Unidos. O diretor do filme que tem Colin Farrell no papel de Alexandre, apresenta-o comoum bissexual ativo, visivelmente interessado em seu amigo e braço-direito, Heféstion. A insinuação despertou a ira de um grupo de advogados gregos que conseguiu incluir uma advertência antes do início do filme - pelo menos nas salas gregas - de que não se trata de um documento histórico. A historiadora francesa Claude Mossé apóia-se em outras fontes para tratar so suposto bissexualismo de Alexandre. E seu ponto de partida é o livro Alexandre: Romance de Uma Utopia, escrito por Klaus Mann, filho de Thomas Mann, e publicado em 1929. A sublimada homossexualidade existe desde o início da história, principalmente na amizade amorosa que une Alexandre a Heféstion e também na atração experimentada por Aristóteles pelo discípulo adolescente. Alexandre foi, na conclusão de Claude, ora um sonhador utópico, ora um déspota cruel, ora um sedutor cercado de mulheres, ou um apaixonado por jovens rapazes, ora um herói cavalheiresco, ora um soldado brutal, mas também um filósofo, um judeu, um muçulmano, um cristão, quando não o próprio Cristo, que morrerá com a mesma idade. Um enigma a ser decifrado.

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