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Ben Affleck vira repórter em programa sobre violência no Congo

Por ALEX DOBUZINSKIS
Atualização:

O ator Ben Affleck, que já recebeu um Oscar, mudou de profissão, ainda que por um curto período de tempo. Ele viajou até o leste do Congo, uma região assolada pela guerra, para fazer uma reportagem para o programa de notícias "Nightline", do canal ABC. No último ano, Affleck já esteve três vezes na República Democrática do Congo e, em um ensaio colocado no site do canal de TV, diz que deseja chamar atenção para a violência, a fome e as doenças responsáveis por matar 1.200 pessoas por dia na região. "Faz sentido desconfiar da militância feita pelas celebridades", escreveu Affleck, 35 anos, estrela de filmes como "Hollywoodland -- Bastidores da Fama" e vencedor do Oscar de melhor roteiro por "Gênio Indomável". "Há sempre a suspeita de que o envolvimento de alguém com uma causa beneficia mais essa pessoa do que a causa em si", afirmou Affleck. Mas o ator disse ter esperança de que os espectadores consigam separar quaisquer desconfianças sobre seu envolvimento daquilo "que é inegavelmente importante a respeito desse programa: os problemas do leste do Congo". Emily Lenzner, porta-voz da ABC News, disse que Affleck não era um correspondente do "Nightline" e que o programa mostra apenas uma viagem que ele fez pelo Congo no mês passado. "Basicamente, nós fomos com uma câmera e um produtor. E ficamos acompanhando-o", disse Lenzner. "Foram as observações dele, a jornada dele o que registramos." Viajaram ao lado de Affleck o produtor Max Culhane e o cameraman Doug Vogt, que ficou ferido em um ataque com bomba ocorrido no Iraque em 2006. O ator procurou o "Nightline" com a idéia do programa. Em seu texto, Affleck fala sobre meninos sendo usados como soldados e meninas sendo obrigadas a se casar. Ele disse ter conversado com senhores da guerra, pacifistas, sobreviventes e funcionários de grupos de ajuda. E o ator afirmou ter visto bandos de militantes armados com suas AK-47. Na quarta-feira, o chefe da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Congo disse que 1 milhão de pessoas estavam sendo impedidas de regressar para suas casas devido à frequente suspensão das negociações de paz. Affleck não é o primeiro ator de Hollywood a chamar atenção para os problemas da África. George Clooney e Don Cheadle defendem há muito tempo o envio de ajuda para a região de Darfur (Sudão). E Brad Pitt visitou o continente em 2005 ao lado de Diane Sawyer, do canal ABC, para o programa "Primetime Live" a fim de falar sobre a pobreza e a disseminação da Aids.

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