Beatriz Milhazes antecipa Bienal com mostra em SP

Pintora carioca, uma das convidadas especiais da Bienal, em setembro, inaugura hoje em São Paulo a exposição Meu Prazer

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Por Agencia Estado
Atualização:

Há quatro anos sem expor na cidade, Beatriz Milhazes inaugura esta noite a exposição Meu Prazer, na qual antecipa parcialmente o que será mostrado com grande destaque na próxima Bienal de São Paulo, em setembro. A mostra marca a reinauguração da Galeria Fortes Vilaça, que passou por uma ampla reforma. Uma das pouquíssimas brasileiras (e brasileiros) a conseguir uma inserção real no mercado internacional - além das mostras já mencionadas, ela também tem agendadas ainda para este ano exposições em Nova York e Tóquio -, Beatriz deve ser uma espécie de abre-alas do evento, introduzindo o espectador no grandioso núcleo de pintura que o curador Alfons Hug vem preparando. Segundo a pintora, a idéia é exibir quatro telas grandes, algumas inéditas. Hug, por sinal, tem a obra de Milhazes em alta conta, indicando-a anteriormente para representar o Brasil na Bienal de Veneza e, agora, transformando-a em uma das convidadas especiais do evento, ao lado de Paulo Brusky e Artur Barrio. Não haverá nenhum vínculo espacial ou temático maior entre os artistas brasileiros, mas é evidente o contraste entre a sedutora obra da pintora carioca e as experimentações conceituais, de caráter efêmero e provocativo, dos dois outros convidados. Além da beleza, do forte apelo visual, a pintura de Beatriz Milhazes é altamente impregnada pela cultura visual brasileira. "Sempre quis trazer o universo da cultura popular, do carnaval, da Música Popular Brasileira para dentro da pintura", afirma a artista. Manteve sempre um diálogo bastante rico com a tradição barroca e a obra de mestres como Tarsila do Amaral. E, no entanto, tem pouca sintonia com o dos outros artistas de sua geração. Beatriz, como Tarsila, nos oferece um banquete de cores e formas. A sobreposição de vários elementos e o uso de telas em grandes dimensões ampliam a capacidade de suas telas de maravilhar o espectador. "Sempre estou procurando problemas para mim mesma", afirma Beatriz, tentando explicar a razão de ser sempre a mesma - sua assinatura visual é profundamente marcante - e estar permanentemente buscando novos caminhos em seu trabalho. Neste momento, por exemplo, ela vem usando três suportes diferentes: a pintura, que realiza em seu ateliê do Rio, as recém-descobertas colagens - que desenvolveu num período de residência na França e só agora começa a criar também no Brasil - e as gravuras, que faz desde 1996, exclusivamente com um estúdio de Nova York. Meu Prazer - Beatriz Milhazes - De terça a sexta, das 10 às 19 horas; sábado, das 10 às 17 horas. Galeria Fortes Vilaça, Rua Fradique Coutinho, 1.500, tel. 3032-7066. Até 15/5. Abertura hoje, às 19 horas.

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