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Batman soca Bin Laden em grafic novel de Frank Miller

Frank Miller, autor de Sin City, vai colocar o homem-morcego para lutar contra os terroristas da Al-Qaeda em sua nova graphic novel, Holy Terror, Batman, previsto para estrear em 2007

Por Agencia Estado
Atualização:

A era dos super-heróis combatendo personagens como Charada e Coringa pode estar chegando ao fim. Frank Miller, autor da série Sin City, anunciou na Conferência de Quadrinhos de San Diego, nos Estados Unidos, que em seu novo trabalho, previsto para 2007, Batman vai combater o grupo terrorista Al-Qaeda e Osama Bin Laden. No enredo da graphic novel Holy Terror, Batman , Gotham City sofre um atentado semelhante ao que Nova York sofreu em 11 de setembro de 2001. "Os gregos tinham seus deuses e heróis. Nós também temos. E não são feitos apenas para salvar gatinhos presos em árvores", justificou. Frank Miller ganhou fama ao reformular os quadrinhos do Demolidor e logo depois com Elektra. Em 1986, fez o que muitos consideram seu principal trabalho, Batman - O Cavaleiro das Trevas. No cinema, teve sua primeira experiência fazendo o roteiro de Robocop 2 e 3. Depois de anos afastado de Hollywood, co-dirigiu Sin City com Robert Rodriguez. Sua graphic novel Os 300 de Esparta está sendo adaptada por Zack Snyder, diretor de Madrugada dos Mortos, e terá Rodrigo Santoro no elenco. Miller não escondeu que fará uma "peça de propaganda" ao estilo dos antigos quadrinhos publicados durante a 2.ª Guerra Mundial, os quais ele relembrou. "Superman socou Hitler. O Capitão América também. Me parece bobo Batman perseguir o Charada enquanto a Al-Qaeda está por aí", disse Miller durante um dos painéis da conferência. O desenhista estava referindo-se ao gibi número um do Capitão América, publicado nos Estados Unidos em março de 1941, no qual o herói da Marvel derruba Adolf Hitler com um soco na cara, e ao número nove da série World Finest Comics, de 1943. Nela, aparecem Batman, Robin e Superman atirando bolas de beisebol na cara de Hitler e do ditador italiano Benito Mussolini. Super-heróis tinham destaque na 2.ª Guerra Durante a 2.ª Guerra, era comum as editoras usarem os super-heróis como propaganda anti-Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Segundo Sidney Gusman, editor do site Universo HQ, era só propaganda mesmo. Os heróis da editora DC Comics - lar do Batman e do Superman - só enfrentavam os nazistas na capa. O único super-herói que teve histórias nas quais lutava na guerra foi Capitão América. Mas desta vez, Batman vai mesmo enfrentar os vilões para valer. Miller, além de escrever a história, vai desenhar e fazer a arte-final, e prometeu que os leitores verão Batman "chutar o traseiro da Al-Qaeda." E, apesar de seus últimos trabalhos não terem sido recebidos bem pela crítica especializada, Miller afirmou que este será o melhor de todos, pelo menos no que diz respeito aos desenhos. A incursão de Miller em um tema complexo como o terrorismo confirma a guinada que os quadrinhos vêm sofrendo nas últimas décadas, quando assuntos antes considerados tabus, como drogas e homossexualidade, ganharam as páginas dos gibis.

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