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Banda Sexy Fi faz show gratuito no Sesc Pompeia

Por Roberto Nascimento
Atualização:

A influência de uma cidade nas letras de um disco não é frequente nos tempos de músicos que habitam a internet tanto quanto suas próprias cenas. Mas no caso do Sexy Fi, grupo candango cujo processo criativo é um exemplo clássico da fragmentação pós-virtual de polos musicais, Brasília deixa sua marca. Ouça Roriz 2010, um deboche musical do bronzeado ex-governador da cidade, ou Plano: Pilotis, o retrato de um relacionamento afetado pelo transporte público do Distrito Federal (disponíveis no www.soundcloud.com/sexyfi) - dois casos em que a banda, que mostra seu disco de estreia nesta terça-feira, 16, no Sesc Pompeia, zona oeste de São Paulo, transforma o cotidiano do planalto central em pós-rock suave e sedutor.A relação dos músicos com a cidade, alguns dos quais já se conheciam da banda indie Nancy, a prévia encarnação do Sexy Fi, é multifacetada. Camila Zamith, vocalista, morou em Brasília, onde formou o Sexy Fi, mas mudou-se para São Paulo e continuou tocando o projeto virtualmente. "Para mim a cidade chega a ser claustrofóbica, mas os outros músicos gostam. Não há poluição, não há indústria, há uma falta de opção e um isolamento natural da forma como a cidade foi projetada que incentivam a criação de um trabalho", conta. Dilma, Niemeyer e Lúcio Costa têm lugar nas letras de Nunca te Vi de Boa, lançado no ano passado, mas a essência do Sexy Fi é tão atrelada a Brasília quanto ao intercâmbio virtual que dá origem às músicas.Durante a criação do disco, Camila já morava em São Paulo e compôs com o guitarrista João Paulo Praxis via e-mail. Trechos de melodias tomaram corpo, ganharam letras e arranjos até a cantora passar dias esporádicos em Brasília para concretizar as músicas com Praxis, Ivan Bicudo (guitarra e teclados, Diogo Saraiva (baixo) e Márlon Tugdual (bateria).Além disso, por obra da sorte, o guitarrista mandou um e-mail e conseguiu contratar John McEntire, baterista do lendário grupo de rock experimental Tortoise para produzir o disco. A gravação foi feita em Chicago sem a cantora, que ficou no Brasil por causa de problemas pessoais e mais tarde colocou as vozes. Embora os músicos tenham dito que McEntire pouco interferiu no som da banda, dá para ouvir a sua mão na produção do disco. SEXY FI - Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93, telefone. 3871-7700. Hoje, às 21 horas. Grátis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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