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Balaio Brasil encerra com trabalhos de qualidade

João Andreazzi mostra sua coreografia Ooze/Ezoo no Sesc Belenzinho, e Gisela Moreau leva Doze Poemas para Dançarmos ao Teatro Anchieta

Por Agencia Estado
Atualização:

O Balaio Brasil encerra a sua programação no domingo, mas ainda dá tempo para assistir a espetáculos como Ooze/Ezoo, de João Andreazzi, que se apresenta somente nesta sexta-feira no Sesc Belenzinho e Doze Poemas para Dançarmos, de Gisela Moreau, no Teatro Anchieta, do Sesc Consolação. Ooze/Ezoo de João Andreazzi foi apresentada na Bienal Sesc de Dança em Santos e tem como ponto de partida o estudo do corpo e a influência que o espaço exerce sobre ele, como ele define. "Esse é o primeiro resultado de uma vasta investigação sobre o tema. Comecei a pesquisar quando ainda estava em Amsterdã e pretendo aprimorar esse trabalho", explica o coreógrafo. A inspiração para criar a coreografia veio após a leitura de Ooze, de Samuel Beckett: "A sonoridade dos versos em inglês e o ritmo do poema deram o tom ao espetáculo", diz Andreazzi. Beckett deu o empurrão incial, mas Ooze/Ezoo recebe forte influência do hip-hop. "Conto com a presença de uma equipe competente do hip-hop. Com eles registro o forte trabalho de chão e a livre movimentação das articulações que a dança de rua propicia e estabeleço um diálogo com a dança contemporânea." A coreografia brinca com a relação entre o tempo e o espaço, o real e o virtual. Para isso, Andreazzi usa dois vídeos e dois retroprojetores. Um grafiteiro faz a sua arte sobre a imagem projetada pelo vídeo e elas imagens se misturam ao desenho. O vídeo capta cenas da coreografia, interligando todos os elementos presentes no palco. Poemas - A diversidade de linguagens também está presente em Doze Poemas para Dançarmos, de Gisela Moreau que articula dança contemporânea, dança afro e poesia. Gisela, assim como seu trabalho, é uma figura eclética: estudou e dançou com Merce Cunnigham, Miguel Clark e Matthew Hawkins, além de ser ilustradora e coreógrafa. "Cunningham mantém a autonomia entre o cenário, a coreografia e a ação de cada bailarino e a música. No entanto, eu estabeleço contato entre esses elementos e utilizo a minha formação como ilustradora para compor o espaço, criando a ambientação da peça", explica Gisela. A influência afro-brasileira vem da Bahia, mais especificamente de Salvador, cidade onde a diretora morou por cinco anos. A criação foi dividida com os bailarinos e com mais três coreógrafos: Lara Pinheiro, Marcelo Proença e Silvia Rosenbaum. "Buscamos uma fusão entre todos esses elementos apresentados e na hora de compor a peça utilizamos as características e idéias de cada bailarino", diz a coreógrafa. Esse é o primeiro trabalho em que Gisela assina a concepção e direção. "Essa é a primeira vez que assino um projeto e acredito que ele pode contribuir e levar as pessoas à reflexão, ao pensar." Ooze/Ezoo - Sexta-feira, às 21 horas. De R$ 3,00 a R$10 00. Galpão Leste do Sesc Belenzinho. Avenida Álvaro Ramos, 991, tel. 6096-8143. Doze Poemas para Dançarmos - Sábado, às 21 horas; domingo, às 19 horas. De R$ 3,00 a R$ 10,00. Teatro do Sesc Consoloção. Rua Dr. Vila Nova, 245, tel. 234-3000.

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