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Baixo Augusta vira cenário de série no 'History'

Garimpo urbano e seus personagens fazem o comércio e a festa de 'Caos'

Por Cristina Padiglione - O Estado de S.Paulo
Atualização:

Esqueça estereótipos: Tibira, o sujeito todo tatuado que protagoniza a nova série do History, Caos, com a ruiva pin-up Carrô, foge completamente do lugar-comum. Figuras dignas de holofotes sobre suas atividades, ideias e modos de negociar, eles são sócios na loja/bar que inspira o nome do programa, no Baixo Augusta, em São Paulo. Vêm de lá os 20 episódios de 30 minutos que ocuparão as terças-feiras do History, a partir de hoje, às 23 h. "A gente sabia que Caçadores de Relíquia e Trato Feito eram duas séries que funcionavam muito bem para a América Latina", conta a produtora executiva de programação e produção do History, Krishna Mahon. Veio daí o incentivo para a produção nacional de alguns episódios sobre esse universo de garimpo urbano, primeiro em pílulas de Meu Tesouro, e, agora, com o "amor à primeira vista" pelos protagonistas de Caos, pela série que, segundo Krishna, tem boas chances de ganhar uma 2.ª temporada. A produção é da Zeppelin. A loja é um misto de brechó, antiguidades e peças raras. Projetores da década de 90, brinquedos como Topo Giggio, Gênius e até bonequinhos como o miniRonnie Von que o músico João Gordo exibe a Tibira, só para lhe fazer inveja. À noite, o cenário ganha tons de balada, bem no contexto do Baixo Augusta, e ali aparecem aficionados por lambretas e afins. Festas estranhas com gente esquisita o suficiente para divertir a plateia. O programa foge da cilada de colocar o comércio em primeiro plano, espaço onde impera a atitude daqueles comerciantes-artistas, ou artistas-comerciantes, por mais paradoxal que a associação entre essas duas vertentes possa parecer. Lá estão encontros entre pin-ups modernosas, inspiradas nos anos 50 e 60, profissionais que buscam objetos raros para coleção própria ou para montar sets de filmagens - como uma produtora do Racionais que apareceu em busca de itens antigos para compor o set do clipe sobre Carlos Marighella, aquele mesmo que ganhou o VMB, da MTV, semana passada, como melhor clipe do ano. Surge uma fã de Rita Lee em busca de um LP antigo da cantora, e Carrô sai à caça da peça que não tem. Pechincha na compra e na revenda, ganha algum trocado, e basta. A própria Carrô, produtora de arte de cinema, TV e teatro, vai ao encontro de outro negociante para encontrar uma frasqueira encomendada pelo diretor do musical Família Adams. Nesse contexto, não é exagero afirmar que há louco para tudo. No segundo episódio, que vai ao ar colado ao primeiro, ainda hoje, o programa mostra um cliente especial, que aparece quase todos os dias na loja, vasculha tudo, pergunta muito, mas nunca compra nada. Para dar cabo de 20 episódios de 30 minutos cada um, a equipe perseguiu Tibira e Carrô por três meses, durante oito horas diárias, de segunda-feira a domingo.

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