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Autobiografia de Grass lidera lista de vendas na Alemanha

Na obra, o escritor confessa ter feito parte, em sua juventude, das Waffen-SS, o corpo de elite militar do regime nazista

Por Agencia Estado
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A autobiografia Beim Haeuten der Zwiebel (algo como "Descascando Cebola"), do escritor alemão Günter Grass, de 78 anos, lidera a lista dos livros mais vendidos na Alemanha, de acordo com a revista Focus. Na obra, o escritor confessa ter feito parte, em sua juventude, das Waffen-SS, o corpo de elite militar do regime nazista. A autobiografia de Grass, que deveria ser lançado somente em 1º de setembro, começou a ser vendido em 16 de agosto, após o furor provocado na Alemanha pela confissão tardia do autor, 61 anos depois do final da Segunda Guerra Mundial. A primeira tiragem da autobiografia, de 150 mil exemplares, está praticamente esgotada, e a editora alemã Steidl está prestes a imprimir uma segunda edição de 100 mil exemplares. Declaração polêmica O ganhador do Nobel e do Prêmio Príncipe de Astúrias em 1999, só havia dito, antes, que estivera envolvido na defesa antiaérea alemã em 1944, antes de ser ferido e feito prisioneiro pelos americanos em 1945. As atas que confirmam sua participação nas forças nazistas, porém, já estavam abertas para consulta pública nos arquivos da Wehrmacht, em Berlim, mas aparentemente ninguém tinha reparado nesses documentos até agora, nem o autor tinha falado publicamente sobre isso até esta autobiografia. Pouco antes de redigir sua biografia, o escritor confessou à mulher e a alguns colegas que em sua juventude tinha pertencido às Waffen-SS, segundo o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung publicou neste sábado. Muitos na Alemanha vêem na confissão de Grass uma campanha propagandista para promover sua autobiografia, que, a julgar pelas vendas, está dando resultado. O escritor lerá fragmentos da biografia pela primeira vez em público em 4 de setembro, no teatro Berliner Ensemble.

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