Ator e cineasta Adriano Stuart morre aos 68 anos

Seu maior sucesso como diretor foi durante a década de oitenta com o grupo Os Trapalhões

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Por Luiz Zanin Oricchio
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O ator e cineasta Adriano Stuart morreu domingo, em sua casa, aos 68 anos, de uma parada cardiorrespiratória. O corpo foi encontrado junto à cama. De acordo com a irmã, Stuart fumava demais e vivia deprimido. Amigos dizem que Adriano sofria de cirrose e morava num apartamento cedido por seu amigo, o ator Lima Duarte. Adriano nasceu em 1944, em Quatá, no interior de São Paulo e era filho do ator Walter Stuart. Foi diretor de uma série de filmes populares como Cada um Dá o Que Tem, Kung Fu Contra as Bonecas e Sabendo Usar Não Vai Faltar. Seus maiores sucessos foram nos anos 1980 com o grupo Os Trapalhões, que dirigiu vários filmes como O Cinderelo Trapalhão, O Rei e Os Trapalhões, Os Três Mosqueteiros Trapalhões e O Incrível Monstro Trapalhão. Como diretor, Adriano tem cinco das 20 maiores bilheterias oficiais do País de todos os tempos. Não é pouca coisa. Dos anos 1990 em diante, a carreira como diretor ficou rarefeita, mas então apareceu o ótimo ator de cinema, cujo minimalismo parecia muito adequado para esse veículo. Foi dessa maneira que o vimos em filmes como Boleiros 1 e Boleiros 2, ambos de Ugo Giorgetti, e também em Subúrbia, ótimo filme de Flávio Frederico, que merece ser revisitado. Trabalhou também com José Mojica Marins em Encarnação do Demônio. Em Boleiros, Adriano fazia o papel do ex-jogador, transformado em técnico de garotos, e que relembra histórias com seu grupo de amigos, num bar. Um desses casos é comovente. Ele conta de um jovem talento por ele descoberto, um menino de rua, gênio da bola, mas que acaba se dando mal. "Que história triste, meu!", comenta Flávio Migliaccio, que com ele contracena. O comentário pode servir também para a história de Adriano Stuart.

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