Ator de 'Viver a Vida' abre mostra inspirada na novela

Nelson Baskerville, 48 anos, que viveu Leandro na trama, abre sua primeira exposição individual

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Por AE
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Tela da mostra 'Enquanto Vivi a Vida', na Galeria Pop, em Pinheiros. Foto: Paulo Liebert/AE

 

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Fernanda Brambilla - JT

SÃO PAULO - A novela "Viver a Vida", da Globo, terminou na semana passada. Para o ator Nelson Baskerville, 48 anos, no entanto, as lembranças da trama ainda estão bem frescas. E dispostas em grandes telas coloridas. Durante os dez meses de gravação da novela, o intérprete de Leandro, pai dos gêmeos Jorge e Miguel (vividos por Mateus Solano), mudou-se para o Rio de Janeiro para cumprir a agenda de gravações. Mas a demora entre um capítulo e outro deixava o ator incomodado. Aliado à solidão e a uma bela vista do mar, o tempo ocioso serviu de combustível para a criatividade. O resultado ele expõe a partir de hoje, em sua primeira mostra individual como pintor, intitulada "Enquanto Vivi a Vida", na Galeria Pop, em Pinheiros. "Quando a gente assina contrato para fazer uma novela, sabe que vai ter de esperar muito. Quando é do Maneco (Manoel Carlos, autor), então, é assim mesmo. Mas, para mim, foi um período de solidão interessante. Só precisei de um rolo de pano para começar", conta Baskerville. Com tinta acrílica, nanquim, carvão e aquarela, o ator-pintor começou a compor seus quadros, inspirado nas situações vividas por seu personagem, Leandro, na trama e em memórias pessoais. Suas 12 telas unem momentos importantes do personagem a passagens relevantes da história de vida do próprio ator, como a morte do irmão travesti, a decisão de parar de beber e a notícia do casamento de sua ex-mulher, além de fatos que repercutiram no mundo durante o período, como o terremoto que atingiu o Haiti e a morte do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss. Autodidata, Baskerville diz não se importar com as críticas. "Sou ator. Nunca fui um artista plástico de verdade", ele gosta de frisar - e mira o público em geral. São desenhos expressionistas, cheios de cores, com recortes de textos teatrais. Os preços variam entre R$ 4 mil e R$ 6 mil.A participação do elenco de "Viver a Vida" também transparece em suas obras, mas nos bastidores. "Uma das telas nasceu de uma discussão calorosa com a Arieta Correa (a enfermeira Laura) sobre religião. Ela não se conformou com o fato de eu ser ateu", conta. O amigo Marcello Airoldi, que vivia Gustavo na trama, até topou ser fotografado para ajudar na construção da mulher em pose sensual que ilustra um dos quadros. "Ele cozinha muito bem, e veio várias noites fazer o jantar enquanto eu pintava. Acabou colaborando", explica Baskerville. Apesar de não fazerem nenhum retrato fiel da novela ou do elenco, as telas trazem muitas referências a "Viver a Vida", como uma mulher grávida de gêmeos, dois irmãos idênticos que estão interligados por um único coração e uma garota de olhos claros e cabelos aloirados numa cadeira, assim como a protagonista cadeirante Luciana (Alinne Moraes). As informações são do Jornal da Tarde.Enquanto vivi a vida. De Nelson Baskerville. Galeria Pop (Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 297). Tel. (011) 3081 -7865. Estreia: hoje, às 19h.

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