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Artistas saem de cena no TBC

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois do Cine Belas Artes, o fantasma do fechamento ronda agora as cinco salas do lendário TBC, o Teatro Brasileiro de Comédia, na Rua Major Diogo, na Bela Vista. Em comunicado distribuído ontem à imprensa, a diretora artística da casa, Fezu Duarte, informou o encerramento do projeto Novo TBC, que foi o responsável pela restauração do prédio, no final da década passada, e agora se encarregava de administrar o teatro. Na prática, vale dizer que o TBC agora é apenas um prédio, sem uma companhia para mantê-lo em cartaz. Com o final do projeto, 24 funcionários e 19 atores que trabalhavam com salário fixo foram demitidos na tarde de terça-feira. O motivo do encerramento do projeto foi financeiro. "Não tínhamos mais como arcar com os R$ 80 mil mensais consumidos entre aluguel do prédio, folha de pagamento dos funcionários, manutenção das instalações e pagamento de atores contratados", disse ontem Fezu. "Só de aluguel, pagamos R$ 33 mil por mês. O projeto Novo TBC, para continuar em atividade, precisaria de um investimento anual de R$ 1 milhão. Não é uma quantia absurda, mas precisaríamos de um patrocinador para obtê-la. Não sei o que vai ser feito do espaço agora". Segundo Fezu, antes de anunciar o fim de suas atividades no TBC, ela tentou renegociar o valor do aluguel com a proprietária do imóvel, a empresária Magnólia do Lago. "Pedimos uma redução de 50% do valor do aluguel, ao menos nos meses em que não temos espetáculos em cartaz, como janeiro e fevereiro. Mas não houve acordo". Ela informou também que se mostrou interessada em comprar o imóvel, e novamente não houve acordo. A reportagem do JT tentou ontem falar com a dona do imóvel, mas não conseguiu localizá-la. O TBC, restaurado, foi devolvido ao público em setembro de 1999. Nestes três anos, 85 espetáculos passaram pelo teatro, atraindo um público de 400 mil pessoas. Mãe Coragem e Beijo no Asfalto foram algumas das montagens que o teatro recebeu este ano.

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