Artistas lamentam a morte de Ronald Golias

Ouça as declarações de Nair Belo à Rádio Eldorado: "Ele não queria ser engraçado" "Eu sempre achei ele o melhor comediante do mundo" Veja a galeria de fotos Ouça cena de Golias com Hebe Camargo I Ouça cena de Golias com Hebe Camargo II

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Por Agencia Estado
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"Golias é um grande amigo que vai fazer muita falta para mim e para minha família. Ele começou a carreira com meu pai e estava comigo na Praça há 17 anos. Além disso, Golias viu meus filhos crescerem e acompanhou de perto minha carreira. Sinto demais essa perda, assim como todos os brasileiros. Golias é e sempre será um ídolo de todas as gerações." Carlos Alberto de Nóbrega, humorista "Ele foi o melhor humorista do mundo, em minha opinião, melhor que qualquer americano. Golias improvisava com inteligência e sempre dizia que não queria ser engraçado, mas o humor era um talento nato. Por isso que suas brincadeiras não eram exageradas, mas simples". Nair Bello, comediante. "Ainda não estou acreditando que seja verdade. O Golias foi um exemplo de pessoa e de humor. Fomos e sempre seremos grandes amigos. Trabalhamos juntos na antiga Tevê Record, aprendi muito com ele, embora ele nunca admitisse isso. Ele escolheu um dia bonito para ir, o dia de São Cosme e Damião, foi carregado pelas crianças. Eu perdi um amigo e o Brasil perdeu uma referência no humor." Renato Aragão, comediante. "Ele tem uma representatividade enorme dentro da história do humor em todos os tempos. Desde as chanchadas, ele faz parte do seleto grupo de grandes humoristas brasileiros, mas com uma marca muito pessoal: a espontaneidade absoluta, suas caras e bocas, o humor mímico. Essas características inspiraram muitos humoristas depois dele. O humor dele não envelhece nunca, está sempre atual. A máxima de que ninguém é insubstituível cai por água abaixo quando falamos de Golias. Tudo o que veio depois da Família Trapo foi inspirado naquele humor, mas nunca haverá uma Família Trapo igual àquela. Ele era engraçado demais da conta." Tom Cavalcante, comediante "Perdemos o nosso Charlie Chaplin. Trabalhei com ele durante muitos anos no programa Família Trapo e na novela Ceará contra 007. Nos dois ele era meu tio e levava para os bastidores a mesma alegria e o mesmo astral que havia no palco. Era um grande amigo e cheio de manias. Nunca subia no palco de sapato amarrado e não deixava lavar o terno do Bronco. Quando nós viajávamos pelo interior do Brasil, nunca aceitava ser pago em cheque, só em dinheiro. Mas ele era um grande amigo que sempre ajudou os colegas em cena e fora de cena" Cidinha Campos, Deputada Estadual - PDT/RJ "Foi um privilégio ter trabalhado com ele nos programas a Praça É Nossa e O Cunhado. Golias não foi simplesmente um humorista, para mim ele superou essa categoria, era simplesmente genial. Representava um estilo de comediante que hoje não existe mais. Fora isso, ele foi um homem muito generoso, simples. Marcelo Médici, ator "Não sei o que dizer. Trabalhamos muitos anos juntos e esse momento é realmente difícil. Ele foi muito importante como companheiro, nos bastidores e no palco. Golias deu à Família Trapo todo o seu talento criativo. Foi um homem extraordinário. É uma satisfação tê-lo conhecido. Creio que o seu lugar jamais será ocupado." Nilton Travesso, diretor. "Ronald Golias fazia parte daquela ´safra´ de humoristas verdadeiros, com humor inteligente e puro. Participamos (eu e o Luciano) de alguns programas com ele por conta de especiais para o programa Hebe. Cresci escutando "Ô Cride!". Da minha infância e adolescência tenho guardadas boas e singelas lembranças, de uma época de inocência, de um tempo em que a televisão brasileira sabia o que era humor e, melhor, sabia o que mostrar para as crianças. A geração Ronald Golias sabe do que estou falando, porque soube dar boas gargalhadas e conheço o riso largo de quem fez parte da história da TV brasileira." Zezé Di Camargo, cantor e compositor "Golias foi o nosso Red Skelton. Um homem do bem, um amigo querido, uma pessoa incapaz de qualquer atitude menos digna e um profissional estrondosamente admirável. Com a morte de Golias, o Brasil fica ainda mais triste do que está. Ele fará muita falta e, como acontece quando morre algum humorista, nos deixa outro artista insubstituível. Eu sinto muito, pois o Moacyr Franco e eu tínhamos um projeto de programa onde ele seria um dos mais importantes. Que Deus o receba sorrindo." Chico Anysio, humorista "Ele foi um dos artistas mais amados do Brasil. Dava-se ao luxo de não ter um público específico, crianças, jovens, adultos todo mundo encontrava em seu humor único o riso, a gargalhada mesmo, que lavava a alma. Golias foi gênio. Bastava ele aparecer com aquele semblante talhado para o humor para que a tela se iluminasse. Sua graça independia de texto. Ele era a alegria. Fomos amigos por décadas, com ele dividi alguns dos grandes momentos da minha carreira. É difícil tentar definir Ronald Golias. O melhor é rir de novo com a lembrança desse homem cujo dom era criar momentos de felicidade." Hebe Camargo, apresentadora. "Tivemos uma época muito boa nos idos de 1950/1958. Éramos muito amigos. Fizemos a primeira novela humorística do Brasil, Os Quatro Homens, na TV Record. O elenco era Ronald Golias, Monsueto, Chocolate e José Vasconselos. O Golias era um delgado e eu um repórter. Conversamos não faz muito tempo, recordamos bons momentos juntos. Volta e meia ele passava aqui em casa. Era uma figura sensacional, muito engraçado. Só posso dizer que nos damos conta de como a vida passa rápido quando os amigos se vão". José Vasconselos, humorista "Conheci Golias há meio século, na época da Rádio Cultura e Nacional. Qualquer coisa que fizesse e, sem esforço, ficava engraçado. Até usou textos meus... Foi o gênio desta época. Colocava o auditório abaixo. Toda uma geração riu à custa dele... Estou triste." José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, executivo de televisão "Há poucos meses, tive a felicidade de desfrutar, em um programa de TV, do humor e da grande amizade que fizemos. O Golias ainda estava bem e saudável, e ele pôde repetir a mesma graça que mostrou no Família Trapo nos anos 60 quando contracenei com ele e que até hoje é mostrado na TV com o mesmo agrado. Diante de tanta falta de valores humanos no nosso país, o Brasil acaba de perder mais um." Pelé "Estou triste demais, arrasado. Perdi um amigo de 50 anos. Fundamos a Praça da Alegria em 1959. Golias, Canarinho, Carlos Alberto e eu. Ele era uma pessoa extremamente carinhosa comigo, com meus filhos. Desde 1997 trabalhávamos juntos diariamente e em todo esse tempo foi uma convivência muito saborosa. Minha vida com o Golias foi de contemplação, eu sempre o observava. Estudávamos os textos, ele mudava algumas coisas e sempre ficava melhor. Foi uma honra tê-lo como companheiro." Moacir Franco, cantor e humorista "O Golias era uma pessoa engraçada no dia-a-dia também. Quando jovem, era tão pão duro que disputava comigo quem era o mais mão fechada. Era tão pão duro que esperava os amigos irem tomar café para chegar depois e filar de todos. Era doce, gentil e inteligente. O humor perdeu Rogério Cardoso, Francisco Milani e agora o Golias, e não tem peça de reposição." Marcos Plonkla, humorista

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