Artista tem sólido trabalho público

Amélia Toledo, que agora intervém no chamado Cebolinha, em São Paulo, já fez até estação de metrô, no Rio

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Por Agencia Estado
Atualização:

Com uma determinação que não combina com a suavidade de sua aparência e a delicadeza sedutora de seu trabalho, Amélia Toledo vem conseguindo ser um dos poucos artistas brasileiros a desenvolver um sólido trabalho em arte pública, deixando sua marca na paisagem urbana de cidades como São Paulo e Rio. Com mais de 50 anos de carreira e um dos nomes mais respeitados da arte brasileira da atualidade, Amélia já fez até estação de metrô (em Copacabana, no Rio) e agora se prepara para tornar um pouco mais agradável a árida paisagem de concreto de São Paulo. Mais uma vez sua matéria-prima é a pedra, elemento que vem explorando há vários anos e que desde a infância encanta a artista. Aliás, é interessante lembrar também que ela estudou ourivesaria na juventude. A questão cromática, que marca sua pesquisa há décadas, continua bastante presente. Para Amélia, que atua no limite entre a matéria e a energia, os minérios têm tanto uma dimensão estética quanto terapêutica. Há também em seu trabalho um profundo respeito pelo material. Ela conversa com a pedra em vez de moldá-la à sua vontade. Talvez seja essa capacidade de tirar o melhor do que tem em mãos que explique como Amélia conseguiu viver - e aprender - com boa parte da história da arte da segunda metade do século 20, mantendo-se acima de tudo fiel a si mesma. Esse respeito e esse desejo de diálogo também pode ser percebido no evidente chamado que sua obra representa para o grande público. Ao contrário do que ocorre com muitos de seus companheiros de trajeto, a obra de Amélia não se restringe a um grupo de iniciados. Ela fala a todos, desde a criança que brincou encantada com as coloridas formas de plástico criadas pela artista na década de 70, até aquela que poderá descobrir as formas e cores apenas reveladas que garimpou para este trabalho do Cebolinha.

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